Seu Problema É Nosso
Em Gravataí, pais buscam apoio para custear tratamento pós-operatório de filho
Menino, que tem atrofia muscular espinhal tipo 1 (AME), deve passar por uma cirurgia para corrigir uma escoliose
Depois de esperar por três anos por uma consulta com um especialista, Victor Alex da Silva Ribeiro, 15 anos, agora, busca apoio para custear um tratamento pós-operatório. O morador do bairro Passo da Caveira, em Gravataí, tem atrofia muscular espinhal tipo 1 (AME) e deve passar por uma cirurgia para corrigir uma escoliose – problema que causa desalinhamento da coluna vertebral. O procedimento, segundo a mãe do adolescente, Patrícia da Silva Ribeiro, 46 anos, foi garantido em um hospital particular por meio de uma decisão judicial.
– Só que o valor liberado pela Justiça não cobre o pós-operatório. Orcei com a equipe do médico e vai sair, mais ou menos, R$ 7,7 mil – lamenta, citando que a cirurgia custa cerca de R$ 350 mil, enquanto cada avaliação posterior, R$ 1,5 mil, e os exames de raio-X necessários, em torno de R$ 470.
De acordo com Patrícia, assim que o valor for repassado ao hospital, o procedimento será marcado e Victor passará pelos processos preparatórios. A família, mesmo preocupada com a complexidade, torce por agilidade. É que, no laudo médico do menino, há um alerta sobre a gravidade do problema.
Mais um desafio
O documento atesta que a escoliose está “ocasionando o comprometimento dos órgãos internos (coração e pulmão) e do sistema nervoso (medula espinhal e raízes nervosas), podendo levar a óbito”.
Esse é mais um desafio na trajetória do jovem, cuja família diversas vezes já precisou recorrer ao Diário Gaúcho para reivindicar tratamento médico ou apoio financeiro para obter equipamentos e outros itens não custeados pelo poder público. A última vez foi em junho deste ano. Victor estava havia três anos na fila por um pneumologista especialista em apneia do sono. Ele corria o risco de não conseguir seguir fazendo parte de um tratamento experimental para o problema, por não ter a avaliação do profissional.
– Depois da reportagem, em menos de um mês, nos ligaram para marcar. A médica já conhecia ele e estava esperando – conta.
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Realização de um sonho
Patrícia explica que, depois de ir ao especialista, no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Victor teve seu respirador mecânico ajustado – e, consequentemente, as dificuldades que ele enfrentava amenizaram. Atualmente, a família se apega à esperança de que Victor se veja livre do equipamento em breve.
– Ela (a médica) disse que a evolução dele não foi prejudicada e, talvez, ele possa retirar (o respirador) no ano que vem – comemora.
Em meio às boas notícias, o rapaz ainda aproveitou para realizar um sonho: conhecer o Estádio Beira-Rio. O programa, simples e acessível para muitos colorados, era distante para o garoto, que pouco sai de casa, em Gravataí.
– Tentamos há anos e não conseguimos, pela dificuldade financeira e de locomoção. Mas, naquele dia, saímos (da consulta), meu esposo estava junto e sugeriu irmos. Então, agosto foi o mês mais marcante da vida dele. A consulta, o Inter e a chance de tirar o respirador em breve. Agora, o próximo sonho é ir ao cinema, que ele nunca foi – revela Patrícia.
Ajude o Victor
/// A família recebe doações financeiras pelo Pix (CPF) 88612929091.
/// E também por uma vaquinha online, acessível no link.
*Produção: Guilherme Jacques