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Na Capital, paciente aguarda nove meses por consulta

Ricardo Augusto Marques, 52 anos, foi diagnosticado com doença de hidrocele testicular, que causa acúmulo de líquido na região 

13/09/2023 - 14h49min

Atualizada em: 13/09/2023 - 21h05min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Doença causa fortes dores e dificulta cotidiano do vigilante

Conviver com a dor e com a baixa autoestima faz parte do cotidiano do vigilante Ricardo Augusto Marques, 52 anos. Morador do bairro Lomba do Pinheiro, zona leste da Capital, ele aguarda há nove meses por uma consulta com médico urologista. 

Em 2019, Ricardo recebeu o diagnóstico de hidrocele testicular, localizada no testículo esquerdo. Trata-se de uma doença que causa acúmulo de líquido em torno do testículo, podendo haver inchaço na região. Felizmente, alguns meses após o diagnóstico, foi encaminhado para a realização da cirurgia de drenagem, feita no Hospital Vila Nova, em novembro do mesmo ano.

No entanto, após três anos do primeiro procedimento cirúrgico, em dezembro de 2022 ele procurou a Unidade de Saúde Restinga com queixas de fortes dores na região. Foi quando descobriu que a hidrocele havia voltado. Então, o clínico geral que realizou o atendimento o encaminhou para um médico urologista para que se avaliasse a possibilidade de uma nova cirurgia.

Dificuldades

Contudo, passaram-se nove meses, e Ricardo ainda não foi chamado para a consulta:

– A espera é angustiante, porque ainda tenho que consultar com urologista, fazer exames solicitados e, apenas depois, fazer a cirurgia.

Há alguns meses, Ricardo ficou desempregado. Conta que, quando atuava como vigilante, enfrentava muitas dificuldades, já que sentia fortes dores ao ficar em pé. Ele sempre atuou na profissão, mas confessa que estava cada dia mais difícil a rotina, especialmente porque precisava ficar em pé por muitas horas e, às vezes, também trabalhava aos finais de semana. 

– Era muito difícil trabalhar nessas condições. Tem dias em que a dor é insuportável, às vezes não consigo nem fazer coisas simples, como urinar – desabafa.

Até o simples ato de caminhar se tornou difícil para ele. Quando sente dores, a única alternativa que resta a Ricardo é tomar remédios e colocar gelo na região. Mas é uma solução temporária, pois logo o desconforto volta.

Além disso, ele sente sua autoestima abalada pelo problema e pela demora para que seja resolvido.

– É algo que me afeta muito. Me impede de ter confiança. Eu só quero uma vida digna. Resolver esse problema logo e ficar bem – completa.

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Prefeitura: espera é de 340 dias

A Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre afirmou que há 4,4 mil pessoas aguardando para consultar com urologista, e que o tempo de espera para receber atendimento na especialidade é de 340 dias. Até o fechamento desta reportagem, Ricardo aguardava havia 251 dias.

Em nota, a pasta justificou a grande demanda de pacientes em fila de espera devido à pandemia, que gerou atrasos na realização das consultas.

Produção: Nikelly de Souza



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