Veraneio sem mar
Litoral Norte tem mais de 10 lagoas: conheça as opções para quem gosta de banhos mais tranquilos
Reportagem de GZH visitou três delas e conta quais são as atrações para os visitantes
Nem todo veranista gosta de tomar banho de mar. Os motivos passam pela cor e a temperatura da água, além da presença das águas-vivas, algo bastante comum nas praias do Litoral Norte do RS. Mas isso não significa passar o verão longe do Litoral.
Para essas pessoas, uma opção são as lagoas da região (confira no mapa). Nesses locais, muitas famílias ficam mais tranquilas enquanto as crianças aproveitam para brincar onde não há ondas, repuxo ou correnteza.
Atualmente, cinco lagoas do Litoral Norte e uma do Litoral Médio do RS possuem serviço de guarda-vidas (veja na relação abaixo quais são, onde ficam e os horários).
A reportagem de GZH visitou, na quarta-feira (7), três delas: A Lagoa da Rondinha (Balneário Pinhal), da Fortaleza (Cidreira) e do Peixoto (Osório). Todas têm acesso gratuito para turistas, mas na última o estacionamento para veículos custa R$ 10.
Veja detalhes das lagoas
Lagoa da Rondinha
A Lagoa da Rondinha fica localizada às margens do km 92 da RS-040, a dois quilômetros do centro do Balneário Pinhal. Cercada por dunas e mata nativa, esta lagoa possui quase nove quilômetros quadrados de extensão e, em alguns trechos, tem até 3,8 metros de profundidade.
Uma das atrações do local é um trapiche de 100 metros de extensão para o ancoradouro de barcos. Os visitantes procuram a água para um banho mais tranquilo.
Há apenas um pequeno restaurante na Lagoa da Rondinha, onde são oferecidos no cardápio a la minuta, pastel, salgados, peixe, milho, fritas e gelo.
A estrutura é rústica e os frequentadores têm à disposição dois banheiros químicos e uma guarita com dois salva-vidas. No dia da visita da reportagem, as lixeiras estavam com lixo acumulado, especialmente garrafas e latas de cerveja. Também havia muitas delas espalhadas pelo chão e algumas boiando na água entre a vegetação.
— Sou moradora daqui (Balneário Pinhal). É muito bom e lota nos finais de semana — conta a aposentada Aide Bueno, de 62 anos.
A amiga Marlene Amaral, 72, de Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, elogia o banho no lugar:
— A água está gostosa.
O açougueiro Alan Fernandes, 28, estava acompanhado da estudante Gabriele Silva, 19. Os dois observavam a natureza da ponta do trapiche.
— Eu veraneio desde pequeno aqui. Minha avó tinha uma casa na Figueirinha. É mais tranquilo, não tem tanta gente e bagunça — explica ele, que estava levando a companheira para conhecer a lagoa.
O aposentado Romário de Oliveira, 71, decidiu no ano passado morar no Balneário Pinhal. Estava na Lagoa da Rondinha na companhia da filha, genro e netos.
— Vim conhecer porque o mar é muito agitado. Nossa vontade é veranear aqui mesmo — diz.
Sentada em uma cadeira de praia perto da água, a dona de casa Tássia Rodrigues, 30, costuma frequentar as lagoas do litoral norte do RS. Ela afirma que o ambiente é mais tranquilo, especialmente para o banho das crianças.
— É maravilhoso e não tenho do que reclamar. Normalmente, trazemos lanche — observa, dizendo que era sua primeira visita a esta lagoa em particular.
Lagoa da Fortaleza
Fica a três quilômetros de distância do centro de Cidreira. O acesso à Lagoa da Fortaleza se dá no km 2 da RS-784. Há uma placa com a indicação do local. Entre a rodovia e a lagoa, uma estrada de areia de cerca de 200 metros conduz até o destino.
A estrutura conta com uma guarita e dois salva-vidas, lancheria, banheiro químico. Há, também, uma imagem de Oxum, conhecida por ser a rainha da água doce, dona dos rios e cachoeiras, cultuada no candomblé e na umbanda, matrizes religiosas de origem africana.
A técnica de enfermagem Carol Rodrigues, 29, optou pela lagoa em função do excesso de águas-vivas no mar. Ela conta que três crianças da família tiveram problemas com queimaduras no dia anterior.
— A lagoa tem mais calmaria e conseguimos enxergar o que tem no fundo da água — compartilha, dizendo que veio de Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana, e sempre veraneia em Cidreira.
— Aqui é sempre lotado — menciona a amiga e empresária Fernanda Lopes, 37.
Lagoa do Peixoto
Com estacionamento pago e uma infraestrutura mais robusta, a Lagoa do Peixoto fica situada em Osório. A entrada para a lagoa ocorre na estrada OS-010, próximo ao número 2.600. No local, há 14 churrasqueiras cobertas, lancheria, banheiros e muitas árvores para o visitante aproveitar a natureza na sombra.
Também existe um trapiche com cerca de 25 metros, sendo parte em madeira e outro trecho em concreto. O de madeira precisa de pequenos reparos enquanto o de pedra demonstra certa instabilidade quando a pessoa salta para a água.
Há guarita com dois salva-vidas. A área da água é sinalizada por boias, o que ocorre também em outras lagoas. As partes mais próximas da margem são destinadas ao banho.
Quem optar por conhecer a Lagoa do Peixoto pode aproveitar a calmaria da água para andar de caiaque ou fazer stand-up paddle. A escolha do funcionário público Wagner Dupont, 41, foi justamente cruzar a lagoa em cima da prancha e com remo.
— Estou achando sensacional e muito bom. Tiramos o dia de folga para aproveitar — conta ele, que visitava o local pela primeira vez na companhia da esposa e de amigos.
A farmacêutica Mônica Pimentel, 37, estava sentada ao lado do colega Adriano Campelo, 45. Os dois aproveitavam a sombra das árvores bem próximos às margens da lagoa.
— A gente vem sempre. Somos de Osório e em qualquer folga viemos para a lagoa. A temperatura da água é bem boa e eu faço circuito de bicicleta nesta região — relata ela.
Um dos sócios administradores do local, Joel Batista da Silva, 52, destaca que o espaço é seguro e tranquilo.
— É um ambiente familiar para a pessoa se sentir bem e poder fazer um churrasquinho — exemplifica.
Nas dependências, fica situada a sede náutica do Grupo Escoteiro do Mar Marquês do Herval (Gemar). Em razão disso, sempre há atividades vinculadas ao grupo sendo desenvolvidas na Lagoa do Peixoto.
Banho seguro nas lagoas
Alguns cuidados são necessários para a experiência nas lagoas do Litoral Norte serem coroadas de êxito. A capitã Betina Martins, do Corpo de Bombeiros Militar do RS, dá importantes recomendações para quem pensa em visitar alguma das lagoas:
— É importante que as pessoas procurem os locais com os guarda-vidas, porque não registramos óbitos onde há nossa presença. Também não devem ser realizadas brincadeiras perigosas dentro da água, como pular de cabeça ou dar um salto mortal. E não se deve utilizar equipamentos infláveis que flutuem, pois eles dão uma falsa sensação de segurança e podem levar a um afogamento.
Lista das lagoas com guarda-vidas:
Lagoa da Rondinha (Balneário Pinhal)
Quinta a domingo (das 9h às 19h)
Lagoa da Fortaleza (Cidreira)
Segunda a sexta (8h30min às 19h); sábado e domingo (8h30min às 19h30min)
Lagoa dos Barros (Santo Antônio da Patrulha)
Quinta a domingo (8h às 18h)
Lagoa do Peixoto (Osório)
Segunda a sexta (8h30min às 19h); sábado e domingo (8h30min às 19h30min)
Lagoa dos Quadros (Parque Náutico em Capão da Canoa)
Terça a sexta (13h30min às 20h); sábado e domingo (10h às 19h30min)
Lagoa do Bacupari (Mostardas, no Litoral Médio do RS)
Quinta a domingo (9h às 19h)