Seu Problema É Nosso
Família de Viamão ainda precisa de ajuda para comprar cadeira de rodas adaptada
Equipamento deve ajudar jovem com diagnóstico de paralisia cerebral e distrofia muscular a corrigir postura
Três meses depois de aparecer no Diário Gaúcho em busca de ajuda para comprar uma cadeira de rodas especial, o jovem João Vitor de Araujo Silva, 18 anos, segue sem alcançar seu objetivo.
A mãe dele, Cárem Cristina de Araujo Silva, 45 anos, conta que a família, que vive no bairro Santo Onofre, em Viamão, conseguiu aumentar a arrecadação. Não, porém, o suficiente para custear tudo o que é necessário.
– Conseguimos os R$ 12 mil para a cadeira, mas isso é apenas para pagar a estrutura de ferro. Ele precisa ainda de uma adequação postural digitalizada, que custa cerca de R$ 8 mil – diz Cárem sobre o procedimento, que consiste em escanear o corpo do paciente para produzir as almofadas do equipamento conforme a anatomia dele.
Com diagnóstico de paralisia cerebral e distrofia muscular, João já passou por uma cirurgia para correção de um desgaste no fêmur direito e ainda precisa de mais dois procedimentos ortopédicos – um deles deve ser feito neste ano.
Atualmente, fica deitado ou sentado em tempo integral. Ele não consegue caminhar ou se movimentar sem apoio. Segundo a mãe, também sofre com dores constantes, causadas pela falta de mobilidade e pela postura inadequada.
Deste modo, sem a cadeira, o jovem não só deixa de ter qualidade de vida como também sofre com a progressão do problema, que é degenerativo. Além disso, a demora também afeta as esperanças da família e o prognóstico dado pelos médicos.
– Ele sonha com a possibilidade de andar, quer muito conseguir a cadeira. E o médico já disse que, no mínimo, quer colocá-lo em pé. Então, tenho que explicar que precisamos aguardar, que é caro, que tudo tem seu tempo e vai acontecer quando Deus quiser – lamenta.
Pais buscam trabalho
Enquanto se esforça para alimentar as esperanças do filho, Cárem também precisa lidar com as próprias preocupações e frustrações. Isso porque, há poucos dias, ela perdeu o trabalho que tinha como cuidadora. E, agora, tem vivido de “bicos” eventuais para obter renda.
Antes, em dezembro, o marido dela, que trabalhava em uma empresa terceirizada de manutenção de escolas públicas, já tinha sido demitido.
– A empresa perdeu o contrato de prestação de serviços. A nova já tinha pessoal, e ele foi dispensado. Está recebendo seguro-desemprego, não estamos desamparados, mas é difícil. Às vezes, tenho vergonha de não poder dar ao meu filho o que ele precisa – desabafa a mãe, que tem, entre as despesas fundamentais, o convênio médico de João.
Ela lembra que a contratação do serviço foi indicação de um médico do Sistema Único de Saúde (SUS) para poder agilizar o tratamento de que o filho precisava.
– Minha família ajuda. Não deixamos nunca (de pagar). É por isso que, mais no meio do ano, ele vai poder fazer a primeira das duas cirurgias de que precisa.
Ajude
- Doações podem ser feitas pelo Pix (CPF) 80811477053, em nome de Cárem Cristina de Araujo da Silva.
- Tanto Cárem quanto o esposo buscam oportunidades de trabalho. Ela tem experiências como cuidadora, ele com serviços gerais.
- A família também busca a doação de uma cama hospitalar para João. Atualmente, ele usa uma emprestada por uma conhecida, mas ela deverá ser devolvida. Motivo pelo qual precisam de uma própria.
*Produção: Guilherme Jacques