Seu Problema é Nosso
Buracos dificultam trânsito na Avenida Nordeste em Tramandaí
Moradores relatam transtornos e prejuízos com a falta de manutenção da via no Bairro São Francisco II. Secretaria de Obras não se manifestou
Há meses a situação da Avenida Nordeste, em Tramandaí, tem dificultado o trânsito de moradores e trabalhadores da região. A quantidade de buracos e o acúmulo de barro na via tornam a passagem difícil para carros e pedestres, sem nenhuma providência por parte do poder público, de acordo com moradores.
A avenida tem cerca de 850 metros e se estende da Avenida Flores da Cunha até a Avenida Estillac Leal, no bairro São Francisco II.
A situação mais crítica, porém, fica entre as ruas Castro Alves e a Padre Réus, onde mora a aposentada Rosangela da Silva, 64 anos, desde 2020. O trecho está na parte baixa da avenida, onde é difícil enxergar o que resta do asfalto, agora escondido pelo barro.
— Tu abre a janela, dá de cara com buraco. Tu abre a porta, de cara no buraco. Eu tenho uma bicicleta de três rodas e preciso sair com ela no colo até chegar a um espaço sem buracos e poder andar — conta Rosangela.
Prejuízos
Além dos transtornos, a buraqueira causa prejuízos. O genro de Rosangela, por exemplo, precisou trocar a parte de baixo do para-choque de seu carro após visitá-la.
— De vez em quando a gente ouve os barulhos dos carros raspando no chão ou batendo nos buracos — relata a moradora.
Wagner Silva, 28 anos, tem uma loja para conserto de bicicletas na região mais alta da via. Ele afirma que a situação piorou no último ano.
— Eu transitava (pelo trecho esburacado), mas agora não vou mais. Vou por outras ruas. É muito ruim de passar ali de carro e quando chove, enche de água — conta Wagner.
Os moradores até tentam cobrar uma solução das autoridades, mas ainda não tiveram sucesso.
Em 14 de junho, Rosangela foi à prefeitura da cidade e registrou o protocolo 42.330. No documento, ela relatou a situação da avenida e pediu manutenção. A promessa foi de que arrumariam, mas os problemas em frente a sua casa persistem.
— Não fizeram nada (depois do registro do protocolo). Prometeram, mas não fizeram nada — diz ela.
Água parada
Porém, os buracos no asfalto não são o único problema. Os moradores também reclamam da água parada nas sarjetas no trecho da avenida que não tem infraestrutura de drenagem.
A comerciante Roselaine Costa, 35, conta que a situação da água parada piorou depois que fizeram asfalto. Antes, a rua de calçamento absorvia parte da chuva. Ela tem uma loja de açaí nesse mesmo trecho e precisa conviver diariamente com os buracos e o barro.
— Não tem bueiro, a água não tem pra onde ir, aí ela fica na rua — relata.
As imagens da Avenida Nordeste disponíveis no Google reforçam o relato dos leitores. Pela ferramenta do Google Street View, é possível visualizar trechos com lodo e barro.
As imagens foram registradas em 2022. Desde então, a situação só piorou, garantem os moradores. Na semana passada, Rosangela precisou ir ao posto de saúde, que fica na mesma rua. Segundo ela, havia uma equipe da prefeitura fazenda a limpeza de bueiros:
— No posto de saúde não dava para chegar. Tinha que subir na calçada bem antes, porque na frente do posto estava cheio d’água. Até achei que iam vir para cá, mas eles estavam limpando só onde tem boca de lobo.
Sem resposta
Contatada pela reportagem, a Secretaria de Obras do município de Tramandaí não se pronunciou sobre a situação da Avenida Nordeste até o fechamento desta edição.
* Produção: Guilherme Freling