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Pé lá, outro cá

"Ampliamos o nosso mercado, não trocamos um pelo outro", dizem Claus e Vanessa, que voltam ao Estado em novembro

Dupla, que completa a terceira temporada em Orlando, volta para Porto Alegre para uma turnê de shows.

20/10/2018 - 12h00min


José Augusto Barros
José Augusto Barros
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Completando 19 anos de carreira em 2018, a dupla Claus e Vanessa desembarca em Porto Alegre no começo de novembro para matar a saudade da gauchada - e para uma agenda de cerca de 40 shows em menos de dois meses. 

Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
São menos de dois meses para matar a saudade

No dia 23 de dezembro, eles já retornam para Orlando, nos Estados Unidos, o seu "segundo paradeiro", como o casal define, para a quarta temporada em solo norte-americano. Com um pé lá e outro cá, a dupla se desdobra para manter os fãs por aqui, mas começa a colher os frutos do trabalho internacional, faturando até prêmio por lá! 

Conheça a rotina dos gaúchos nos Estados Unidos, as percepções de um e de outro sobre a mudança e, claro, as peripécias de Olívia, filha dos músicos, nesta baita aventura em família.  

Passagem relâmpago, mas intensa! e cheia de saudade

 No dia 5 de novembro, Claus e Vanessa desembarcam em Porto Alegre para uma turnê pegada. Em menos de dois meses, eles farão cerca de 40 apresentações, entre shows corporativos, outros em casas noturnas de Porto Alegre, na Região Metropolitana e no Interior. 

Marcelo Monegal / Arquivo Pessoal

No dia 23 de dezembro, a dupla retorna para Orlando, para a quarta temporada deles em solo norte-americano. Para os fãs, saudosos das clássicas noites com apresentações do casal por aqui, Claus, 40 anos, trata de mandar um recado especial.

— Estamos com um segundo paradeiro em Orlando, é importante deixar isto bem claro. Apenas ampliamos o nosso mercado, não trocamos um pelo outro. A Flórida (Estado onde fica a cidade de Orlando) é um segundo paradeiro da dupla — afirma o cantor, enquanto Vanessa, 39, faz coro:

— É uma temporada no Rio Grande do Sul e outra aqui (em Orlando). Jamais deixaremos de fazer show aí (no Rio Grande do Sul), e as nossas músicas não deixarão de tocar aí. 

Para não deixar os fãs a ver navios, eles garantem manter contato pelas redes sociais. 

— E, claro, a gente concentra os shows nestas turnês de fim de ano. Estaremos em cidades do Interior para onde a gente ia mais periodicamente, foi uma solução que encontramos — diz Vanessa.  

No palco da vida, cinco músicos gaúchos dão um show à parte como papais

Conexão Brasil - Orlando com Claus e Vanessa, prestes a aterrissar!

Que tal a adaptação?

Vitória Martins / Divulgação
Claus: readptação

Claus — A gente teve que se readaptar em vários aspectos, em função de querer muito passar por este desafio, em função de sairmos da zona de conforto. No Rio Grande do Sul, a gente tinha toda a estrutura, tanto nos cuidados com a Olívia, já que ela tinha babá, como na parte dos shows, na estrutura e na produção. Aqui, a gente faz um show com produção menor, cuida da Olívia, se vira em mil, mas as coisas acontecem. Daí, quando tu consegues vencer, o gostinho é bom demais! 

Vanessa — Estamos começando a entender o que é viver em outra cultura, bem diferente de sermos turistas. Impossível não comparar tudo no início, mas as vantagens pesam mais do que as desvantagens. Então, a gente segue investindo nos planos desta experiência única que estamos vivendo aqui. Olívia já fala frases em inglês. Apesar do pouco tempo, é incrível a capacidade de as crianças aprenderem coisas novas. Na escola em que estuda aqui (Orlando), as crianças já são alfabetizadas em inglês e espanhol, que é a segunda língua mais falada no Estado da Flórida (depois do inglês, claro).

Do que mais sentes saudade quando lembras do Rio Grande?

Vitória Martins / Divulgação
Vanessa: saudade dos amigos e da família

Claus — De muita coisa, das pessoas, da família, que a gente acaba vendo menos, do nosso público, dos amigos, que a gente não tem a toda hora. Dá uma saudade de fazer aquele show que a gauchada vai em peso! Aqui é diferente, o público é variado. Para matar a saudade, faço o meu chimarrão todo dia, ajuda. Aliás, foi um costume que adquiri depois de sair daí, não tinha o costume de tomar chima quando morava no Brasil. Também sinto falta da Redenção, onde nós caminhávamos, e muitos nos conheciam, mesmo que a gente que não conhecesse a galera. 

Vanessa — Da família, dos amigos, da Peppa (cachorrinha que ficou em Porto Alegre com a irmã da Vanessa, Francine, mas que deve ir para lá em breve), do público que nos acompanha. 

Cantora gaúcha Vanessa posa para sua primeira campanha de calçados
Vanessa, da dupla com Claus, mostra seu estilo e fala sobre sua marca de roupas

Musicalmente, o que mudou para vocês?

Claus — Musicalmente, a gente abriu a mente. Eu sempre tive uma tendência a curtir música estrangeira, desde o meu tempo de guri. Morei nos Estados Unidos entre 1999 e 2000, na Califórnia e no Havaí. Aqui, o mercado é diferente, a gente tem feito muitas releituras de músicas internacionais, é diferente. E estou adorando.

Vanessa — Nossa! Pra gente, é uma grande oportunidade expandir a carreira, estudar outras línguas. O cenário diferente ajuda muito na inspiração e também na hora de fazer músicas com novos temas e  acontecimentos. Muitos dos nossos ídolos e profissionais da música que admiramos estão aqui. O contato com esta galera fica muito mais fácil!

Frutos começam a aparecer

Em sua terceira passagem por Orlando, a dupla começa a colher os frutos do trabalho realizado por lá. Neste ano, Claus & Vanessa tocaram em eventos como o Brazilian Day Orlando e tiveram a música Never Loved sendo executada em rádios locais. 

Jacqueline DeAndrade / Divulgação
Na entrega do prêmio, em Orlando

O reconhecimento veio no final de semana passado, quando receberam o prêmio de Melhor Duo ou Grupo Musical, no Focus Brasil Award Orlando 2018. A premiação reconhece, desde 1997, artistas brasileiros que residem na cidade. 

Entre os agraciados desta vez, estavam a cantora gospel Ana Paula Valadão, um dos principais nomes do gênero no Brasil, que mora em Orlando desde 2017. 

Recomeço

No evento, que tem o apoio da Globo Internacional e do Itamaraty, Claus e Vanessa receberam o troféu das mãos de Fernanda Pontes, atriz e apresentadora do programa Planeta Brasil, também da Globo Internacional. 

Jacqueline DeAndrade / Divulgação
Felicidade da dupla na entrega do prêmio

— O prêmio foi uma grata surpresa. Primeiro, pela indicação e, depois, por termos ganhado. Afinal, começamos há pouco tempo a nossa história musical aqui — comemora Vanessa.

Segundo Claus, a dupla vem conhecendo sensações diferentes em outro país.

— Temos um gostinho de começar de novo, está sendo maravilhoso. Aqui, tem gente que não conhecia o nosso trabalho, brasileiros ou americanos. É massa ouvir a galera dizendo: "Legal o trabalho de vocês, não conhecia". É uma coisa que, no Rio Grande do Sul, pelo fato de a gente ser conhecido, acabava não ouvindo mais — explica o músico, empolgado.  .

Nasce uma estrela

 Para quem acompanha a dupla nas redes sociais, uma atração à parte sempre foi a filha do casal, Olívia, quatro anos. Na temporada gringa, um dos momentos que mais chamou a atenção dos internautas foi quando a pequena entrou em campo, em agosto, como uma das mascotes do time de futebol Orlando Pride, ao lado de ninguém menos do que Marta Silva, eleita em setembro, pela Fifa, a melhor jogadora de futebol do mundo, pela sexta vez.

Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Olívia (ao centro), com Marta

— Foi incrível a experiência de vê-la naquele momento! A Marta é um mito do futebol, né? — vibra Claus. 

Vanessa conta que a vivência com a pequena em solo estrangeiro revela para eles novidades diárias. 

— Ela tem uma idade ótima para uma mudança assim, porque é pequena e não está tão apegada às pessoas ainda. E, quando ela entrou em campo com a Marta, foi um momento inspirador na vida da pequena Liley (apelido de Olívia) — diz a mãezona. 

De pijama na Disney

Alexandre Spyndler / Arquivo Pessoal
O casal com Olívia, na Disney

O casal tem aproveitado para conviver mais com Liley. 

— A gente consegue tomar muito mais conta dela, até porque a correria de shows aqui não é tão intensa como era no Sul (do Brasil). Conseguimos dar mais atenção a ela, a gente é quem faz a comida dela. E, como moramos perto dos parques da Disney, conseguimos levá-la lá direto. Até de pijama, ela já foi! — diz Claus.

Segundo o casal, em várias destas visitas corriqueiras aos parques da Disney, Olívia costuma andar em um dos brinquedos e assistir a um show de fogos que rola diariamente para logo voltar para casa. 

— No início, ela teve um pouco de medo, quando passou a frequentar a escolinha. Logo em seguida, começou a gostar. Notamos um progresso galopante nela! Olívia já fala inglês quase melhor do que a gente — orgulha-se o paizão coruja.    

 

 


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