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Michele Vaz Pradella: "As muitas faces de Tarcísio Meira"

Ator de 85 anos não resistiu às complicações da covid-19

12/08/2021 - 12h07min

Atualizada em: 12/08/2021 - 13h55min


Michele Vaz Pradella
Michele Vaz Pradella
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TV Globo / Divulgação

Enquanto eu escrevia sobre Paulo José, veio a notícia da perda de outro monstro sagrado da teledramaturgia. Tarcísio Meira não resistiu às complicações causadas pela covid-19 e deixou o país ainda mais enlutado. 

Com uma vida dedicada à arte, a história de Tarcísio se confunde com a história da televisão brasileira. Desde a emblemática cena com o diamante como João, em Irmãos Coragem (1970), o ator foi um dos primeiros galãs da TV, participou de tramas pioneiras e marcou seu nome entre os maiores de todos os tempos.

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Para os gaúchos, ele é a encarnação cênica do Capitão Rodrigo, personagem clássico criado por Erico Verissimo na saga O Tempo e o Vento, adaptada para a televisão em forma de minissérie em 1985. Paulistano de nascimento, nas telas, Tarcísio incorporou um gaúcho com perfeição.

Bazilio Calazans / TV Globo/Divulgação
"Buenas e me espalho"

Pense em uma cena marcante da teledramaturgia brasileira. São grandes as chances de você ter lembrado de alguma sequência protagonizada por Tarcísio Meira. Em minha memória afetiva, trago forte a lembrança de Giuseppe Berdinazzi, na primeira fase de O Rei do Gado (1996), enterrando a medalha do filho morto na guerra. Na cena, um pai dilacerado trazia dentro de si a esperança de que o filho brotaria da terra e nasceria de novo. Ali, sozinho diante da câmera, Tarcisão brilhou lindamente e emocionou.

TV Globo / Reprodução
Cena memorável

Mas nem só de emoção vive um ator grandioso. Tarcísio provocava emoções que iam do nojo à aversão, como no caso de Dom Jerônimo em A Muralha (2000). Anos depois, causou risos e diversão como o vampiro Bóris, em O Beijo do Vampiro (2002).

Globo / Reprodução Memória Globo
O asqueroso Dom Jerônimo em "A Muralha"

É sempre difícil dar adeus a um ídolo. Ficam as boas lembranças de tantos trabalhos que marcaram época e povoaram a imaginação de muitas gerações. Obrigada por tanto, Tarcísio! Fique em paz, Glória.


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