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Conheça Thaís Rosa, a gaúcha que vai representar o RS no Miss Plus Models Brazil 2025

Colunista Giordana Cunha escreve sobre o universo feminino todas as sextas-feiras

22/11/2024 - 09h55min

Atualizada em: 22/11/2024 - 10h18min


Giordana Cunha
Giordana Cunha
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Thaís Rosa, 27 anos, moradora de Canoas, esbanja doçura e resiliência em seus gestos e fala. Dona de uma história repleta de superações, é ela quem vai representar o Rio Grande do Sul no Miss Plus Models Brazil, na categoria curvy, que acontecerá no ano que vem, ainda sem local definido. 

Os holofotes são, na maioria das vezes, direcionados a Thaís. Mas ela afirma que, por ser influenciadora digital, além de modelo, os feixes de luz se voltam às mulheres que consomem seu conteúdo. A coluna leva esse título porque a miss revelou ser este o seu objetivo na internet. 

Irmã do Julius

– Eu gosto de dizer que eu sou a irmã do Julius (personagem da série Todo Mundo Odeia o Chris, interpretado por Terry Crew), porque eu sou uma pessoa que trabalha em vários empregos – conta Thaís, em tom de brincadeira.

Pode ter sido uma brincadeira. Mas a verdade é que ela realmente já fez de tudo – e permanece fazendo. A trajetória profissional desta mulher que, hoje, é miss, influenciadora e empreendedora (contém spoiler), começou como jovem aprendiz. Depois disso, trabalhou em lojas de roupas. Nesse meio tempo, tinha que incluir a faculdade, onde iniciou fazendo Gestão Comercial e depois migrou para o curso de Relações Públicas.  

A vida corrida de Thaís não era nem de perto estressante e lhe assustava tanto quanto o acontecimento pelo qual ela passou em um dia de trabalho:

– Sofri uma tentativa de estupro.

O crime ocorreu fora da empresa, mas isso não vem ao caso. Fato é que a vida de Thaís mudou a partir disso. 

– Engordei 25 quilos e me fechei.

Incentivadora

A internet foi um empurrãozinho para a soltura do carisma natural que a gaúcha tem. Foi em um de seus empregos que ela percebeu que poderia e tinha capacidade para produzir conteúdo para as redes sociais. Depois de emagrecer 24 quilos e estar um pouco mais curada do trauma vivido, começou a compartilhar seus cuidados com a alimentação em seu Instagram @ahthaisrosa

– Meu conteúdo normalmente é educativo. Eu sempre estou dando uma dica, falando para se cuidar. Não é sobre dietas, é cuidado, educação com a alimentação – conta.

Quando eu digo que ela faz de tudo, acreditem. Para além das telas, mobilizou as mulheres do condomínio onde mora para fazerem aulas de danças, atividades físicas. Até um grupo no WhatsApp foi feito para mandar mensagens de lembrança para beber água etc.

Na passarela

A vida de modelo começou cedo. Ela foi A Mais Bela Negra durante a escola. 

– Eu nunca imaginei que iria ganhar A Mais Bela Negra porque eu me achava muito feia na juventude, na adolescência – conta. 

 Ela não imaginava que esse seria só um spoiler do que a vida da Thaís adulta teria.

Foi Anne Silveira quem fez o convite para a gaúcha entrar no grupo de misses do Models Lab. Ela aceitou e foi. Hoje, é Miss Curvy RS. 

– Quando se pensa em miss Rio Grande do Sul se pensa em uma mulher branca, loira... E eu venho para quebrar essa imagem. Ser uma miss negra, fora do padrão,  representando o Estado, é muito significativo – relata Thaís.

Ela diz, ainda, que essa é uma baita responsabilidade que carrega:

– Às vezes bate um sentimento de medo, porque a gente (pessoas negras) sabe como o mundo é, como o racismo é cultural. Então, recebemos olhares de todos os lados por estar em uma posição como a minha, com uma faixa de peso como a que carrego.

Empreendedora

arquivo pessoal / arquivo pessoal
Abriu seu próprio negócio

No início deste mês, Thaís e seu marido, Júnior Augusto, retomaram um sonho antigo: empreender. Foi aberta a TJ Hair & Acessórios, uma loja virtual de rabos, afro puff, wigs e acessórios. O casal já teve uma empresa de trufas anos atrás e ela afirma que foi uma ajuda financeira muito boa. Porém, com o tempo, encerraram as atividades. 

Thaís conta que foi durante a transição capilar que a ideia da loja surgiu:

– Na transição capilar, aprendi a me descobrir com vários cabelos sem precisar agredir o meu. Rabos de cavalos, tranças, entrelace, penteados que além de serem culturais estavam fazendo eu me sentir lindíssima e manter meu cabelo black sendo cuidado e amado. 

Com as madeixas diferentes repentinamente, ela foi ganhando visibilidade por isso e percebeu que esse segmento era, na verdade, uma necessidade das mulheres negras.


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