Polícia



Execução na Pasc

Carlos Etchichury: onde estavam os agentes?

Editor-chefe do Diário Gaúcho questiona o que faziam os servidores penitenciários na hora em que Teréu foi morto

11/05/2015 - 13h20min

Atualizada em: 11/05/2015 - 13h20min


Carlos Etchichury
Carlos Etchichury
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Execuções dentro de cadeias não são atípicas no Brasil. No fundo das galerias, onde agentes não entram, ou nas dependências de celas quase sempre superlotadas, desavenças são resolvidas com execuções. É a lei do cárcere.

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Mas o assassinato do traficante Cristiano de Souza da Fonseca, 32 anos, o Teréu, asfixiado na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), por volta do meio-dia de quinta-feira passada, foi diferente. Primeiro, porque a Pasc é, pelo menos em tese, a mais segura e organizada cadeia do Estado. Além disso, o crime aconteceu no refeitório do pavilhão A, em um ambiente vigiado por câmeras de vídeo de excelente resolução.

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De acordo com o juiz da Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre Sidinei Brzuska, que viu as imagens, Teréu foi atacado à traição quando se alimentava: um dos matadores aproximou-se pelas costas, aplicou uma gravata e colocou um saco plástico na cabeça do traficante. Estendido no chão, Teréu, imobilizado por meia dúzia de assassinos, se debateu até sucumbir.

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As cenas narradas pelo magistrado, porém, não foram vistas pelos responsáveis pelo monitoramento eletrônico da prisão. Um servidor penitenciário que estava junto à grade tampouco percebeu o homicídio. O que faziam os agentes de plantão naquele momento? Como ninguém viu um ataque que se estendeu por mais de cinco minutos? São perguntas que, provavelmente, o delegado Rodrigo Machado dos Reis, responsável pelo caso, vai fazer aos cinco agentes que serão convidados a colaborar com as investigações.

*Diário Gaúcho


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