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Audiência na Fronteira

Defesa de jovem acusado de matar taxistas quer acareação para comprovar suposta tortura

Advogado afirma que testemunha, assim como Luan Barcelos da Silva, foram forçados por policiais a confessar crimes

19/11/2013 - 12h00min

Atualizada em: 19/11/2013 - 12h00min


Luan está preso na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc)

A defesa de Luan Barcelos da Silva, acusado de matar seis taxistas - em Santana do Livramento e Porto Alegre -, pretende pedir uma acareação entre duas testemunhas do processo para tentar comprovar suposta tortura de policiais para que o jovem assumisse os crimes. Ele participa de nova audiência na tarde desta terça-feira na Fronteira Oeste.

Outras quatro testemunhas devem ser ouvidas hoje. O advogado de Luan, Mateus Marques, quer colocar frente a frente um taxista de Livramento e um policial civil da mesma cidade. Ele acredita que tanto Luan quanto o outro motorista tenham sido alvo de tortura física e psicológica para confessar as mortes.

- Esse jovem (taxista) ficou 24 horas preso em uma delegacia em Rivera (Uruguai) sendo torturado pela polícia uruguaia e pela Polícia Civil de Livramento. Tanto que o policial que queremos a acareação foi transferido para outra comarca após a última audiência (há cerca de três semanas) - alega Marques.

A defesa de Luan, no entanto, voltou a confirmar que o acusado comprou os telefones celulares dos taxistas mortos de um conhecido no centro de Santana do Livramento, e que depois seriam revendidos.

>>> Leia a entrevista de Zero Hora com Luan Barcelos da Silva

A distribuição dos processos

Porto Alegre

- O processo sobre a morte de três taxistas em Porto Alegre - Edson Borges, Eduardo Haas e Cláudio Gomes - corre na 1ª Vara Criminal do Fórum Regional Alto Petrópolis. A primeira audiência judicial ocorreu em 3 de outubro. Em uma segunda audiência, no dia 17 do mesmo mês, Luan foi ouvido, encerrando a instrução do processo. Antes da sentença, todas as partes terão a oportunidade de incluir informações e argumentos.

- O caso da morte de Enio Rolim Lecina, em Rivera, foi transferido da 1ª Vara Criminal do Foro Regional Alto Petrópolis para a 5ª Vara Criminal do Foro Central e ainda não teve a primeira audiência.

Santana do Livramento

- Na metade de outubro, Luan chegou a ser levado para a cidade. Um dia antes da audiência marcada para o dia 15, o advogado pediu a transferência, alegando estar doente. Com o adiamento, a audiência só ocorreu no dia 30.

AS EVIDÊNCIAS CONTRA LUAN

Além da confissão dos seis assassinatos, feita perante advogados e registrada em vídeo, a polícia tem outros indícios contra o acusado.

Vídeos

- Imagens de seis câmeras mostram um homem com fisionomia semelhante a de Luan, logo após as mortes de taxistas. Um vídeo, em Livramento, mostra ele após assumir o volante de um Uno indo para Rivera, no Uruguai.

- Em Porto Alegre, imagens flagram Luan caminhando nas imediações da Rua Bogotá, onde o táxi de uma vítimas foi abandonado. Outra câmera captou Luan caminhando pela Rua Mariland, perto de onde foi abandonado o táxi do segundo motorista morto. Por fim, uma câmera mostra Luan, embarcando em um táxi na Avenida Assis Brasil, mas o motorista desconfiou dele, e escapou da morte.

Roupas e digitais

- As vestes do assassino e a bolsa de viagem coincidem com as apreendidas no apartamento dele em Porto Alegre. Em Livramento, foi recolhida uma jaqueta usada por Luan com vestígio de sangue de uma das vítimas, e a perícia identificou impressões digitais de Luan em um dos táxi.

Objetos das vítimas

- Luan usava o celular de um taxista morto em Livramento. Um segundo aparelho, de outra vítima, estava com um irmão dele. Após a prisão, um amigo de Luan entregou à polícia um aparelho GPS e um rádio de carro, comprados de Luan em Porto Alegre. O GPS era de um dos motoristas mortos na Capital, e o rádio, de uma das vítimas de Livramento.


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