União familiar
Quadrilha presa em Eldorado do Sul passava o comando de pai para filho
Criminosos agiam há mais de um ano nas ruas centrais da cidade

Uma quadrilha foi presa nesta quarta-feira em Eldorado do Sul por tráfico de drogas. O grupo era comandado por uma família que traficava nas ruas centrais da cidade há mais de um ano, passando o poder de pai para filho.
Depois de dois meses de investigação, a polícia acredita ter derrubado a "empresa familiar" durante a Operação Audácia.
Foram presas temporariamente 12 pessoas - incluindo três mulheres - e um adolescente foi apreendido. Drogas, armas, equipamentos eletrônicos e dinheiro também foram encontrados durante as buscas.
- Tínhamos que dar um golpe nessa ousadia dos criminosos. Verificamos que havia muitas ocorrências por posse de drogas no Centro, o que caracteriza uma esperteza dos bandidos para se livrar das prisões e apreensões grandes. Começamos a monitorar as ações deles - explica o delegado Alencar Carraro.
Entre os presos, está o casal Ivo Monteiro, 56 anos - em prisão domiciliar desde agosto - e Luciane Saraiva, 46 anos. Ambos, segundo os investigadores da DP de Eldorado, comandavam o tráfico a partir de casa. Dois filhos deles também foram presos. A intenção da polícia era evitar a continuidade da sucessão de poder.
Sucessão familiar
Ivo já havia sido preso anteriormente, e condenado a sete anos por tráfico. Na época, teria passado o comando das bocas ao filho Claiton Fraga Monteiro. Ele foi preso no ano passado e condenado a dez anos. Atualmente, está no Presídio Central, juntamente com o irmão, Ivo Rossato Junior, 19 anos, que havia herdado a gerência do irmão e foi preso em 2012.
De acordo com o delegado, o irmão mais novo, Martin Monteiro, hoje com 18 anos, chegou a dar continuidade aos negócios antes da volta do pai às ruas, mas foi apreendido com uma grande quantidade de drogas. Já de volta a Eldorado do Sul, Martin foi pego novamente ontem e confessou em depoimento que recebia ordens da cadeia vindas do irmão Claiton.
Traficante exibido no facebook
Se, por um lado, a quadrilha mostrava prudência para evitar ações mais fortes da polícia, nas redes sociais a ordem era aparecer. Mesmo sem relação direta com o tráfico. Embora preso no Central, Ivo Junior mantém um perfil atualizado no facebook. Ali, queixa-se das condições da cadeia e conta os dias para sair.
Em uma das suas postagens, o jovem divulga até mesmo um número de contato para quem quiser falar com ele. Na última quinta, ele alterou o seu status na rede para um "namoro sério". Na terça, alterou para "romance aberto".
Os dados coletados no facebook do preso foram encaminhados à Susepe para que avalie as providências necessárias.