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Moradores aguardam há sete meses por conclusão de obra na Zona Sul da Capital
A construção de um muro de contenção na Avenida Belém Velho, no bairro Vila Nova, estava prevista para ficar pronta em 30 dias; enquanto isso não ocorre, via permanece interditada
Inicialmente prevista para ser concluída em 30 dias, a construção de um muro de contenção na Avenida Belém Velho, no bairro Vila Nova, zona sul da Capital, já se estende por sete meses. A obra fica na altura do número 2.888 e foi necessária depois de um deslizamento que aconteceu em julho, devido às fortes chuvas que atingiram o Estado.
Em função disso, um trecho de cerca de 300 metros permanece interditado na via de mão dupla. Placas foram colocadas no local para alertar sobre o bloqueio e indicar um caminho alternativo. Apesar da sinalização, o profissional de TI Ronaldo Oliveira, 45 anos, morador do bairro, conta que motoristas ainda assim fazem manobras perigosas:
– Para evitar o desvio, chegam a andar em uma parte do trecho na contramão. É muito perigoso, eu já presenciei acidentes por causa disso.
A interdição também prejudica passageiros do transporte público. Isso porque as empresas de ônibus precisaram alterar a rota para não passar pelo local. Usuários caminham longas distâncias até a parada mais próxima.
O deslocamento também não é considerado seguro pelos pedestres, já que o deslizamento danificou a mureta de proteção da avenida.
– O espaço para o passeio público é muito pequeno. Quem passa por ali acaba se arriscando, porque fica muito próximo à encosta – explica.
Esgoto
Morador do bairro Vila Nova há 40 anos, o produtor rural Marcelo Cabral, 60 anos, vive à margem da Avenida Belém Velho e teve seu terreno atingido pelo deslizamento de terra. Os destroços não chegaram à sua casa, e apenas a vegetação foi impactada. Contudo, com o início das obras, uma equipe da prefeitura fez uma abertura na rede de esgoto para colocação de um cano para escoar a água durante o serviço, procedimento necessário para a concretagem do muro. No entanto, com a interrupção do trabalho, a tubulação acabou ficando exposta. O odor desagradável e a presença de mosquitos geram preocupações e afetam a qualidade de vida dele:
– O cheiro é muito ruim, ainda mais com o calor. Também me preocupo com casos de dengue, que tem muito aqui na região – desabafa Marcelo.
Para não ter que pisar no esgoto ao sair da residência, o produtor rural precisou improvisar um caminho com uma ponte de madeira. No interior do terreno, o portão de acesso precisou ser retirado para a passagem da retroescavadeira, e um cano foi posto provisoriamente no local. Isso impede que Marcelo consiga guardar sua moto na garagem, o que causa insegurança:
– Estou há oito meses sem portão em casa e sem nenhuma previsão de colocá-lo, já que a obra não está pronta. Tenho que deixar (a moto) no vizinho, aí peço para ele cuidar.
Solicitações
Após diversas solicitações para que a prefeitura finalizasse a obra na sua casa, Marcelo resolveu pedir ajuda ao Ministério Público, em agosto. Comenta que uma equipe de funcionários do Executivo chegou a fazer uma visita no local, mas que apenas fizeram fotos do problema e não deram previsão para resolução.
Enquanto a obra não é entregue, o morador precisa conviver com o medo representado pelos motoristas que insistem em passar pelo trecho bloqueado. Sem a mureta, teme que um carro caía sobre seu terreno:
– Existe o risco de o asfalto ceder ainda mais se os carros continuarem passando, e os motoristas não respeitam mais o bloqueio.
Prefeitura prevê conclusão em 20 dias
A prefeitura da Capital, por meio da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb), informa que a construção do muro de contenção, bem como a restauração do esgoto da residência de Marcelo, devem ser concluídas em um prazo de 20 dias – que pode ser estendido em caso de chuvas frequentes. Com a finalização do trabalho, o trânsito na via será normalizado. O Ministério Público, por sua vez, afirmou que está acompanhando o caso e aguarda a tomada de providência indicada pela pasta.
Produção: Nikelly de Souza