O pequeno Ezequiel da Rosa Machado, um ano e nove meses, agora pode se alimentar melhor por meio da bomba de infusão comprada pela família através de doações. O bebê, que não consegue ingerir alimentos pela via gastrointestinal devido a um problema no intestino, precisa do equipamento para que a dispensa da dieta líquida seja melhor controlada e em ritmo mais lento do que o de uma sonda comum, que prejudica o órgão já debilitado. 

O Diário Gaúcho publicou em janeiro o pedido de ajuda da família, que vive no bairro Agronomia, na Capital, para arrecadar o valor necessário para comprar a bomba de infusão eoequipo (o tubo por onde passa o alimento) que a complementa. Segundo os orçamentos que a mãe, a recepcionista Alice Machado, 28 anos, fez em farmácias, seria preciso juntar R$ 8,9 mil, quantia que a família não tinha condições de pagar. 

Doações

Depois da reportagem, ela passou a receber ligações de solidariedade que ofereciam ajuda financeira. Ao final da semana da publicação, a família já tinha conseguido R$ 1,7 mil. 

Ezequiel tinha pressa para começar a usar o equipamento. A alimentação pela sonda comum faz o menino passar mal e vomitar. Por isso, Alice começou a considerar a compra de uma bomba usada que coubesse no valor já arrecadado. Deste modo, conseguiu fechar o negócio com uma pessoa que estava vendendo pelas redes sociais. Com o restante do dinheiro, a mãe pôde adquirir, também, um suporte para pendurar a bomba, além de remédios e mantimentos para o filho. 

Custo-benefício 

No final das contas, dessa forma foi mais vantajoso para a família. É que, caso tivesse comprado a bomba nova e moderna, os gastos com o equipamento se estenderiam: seria necessário comprar equipo específico do modelo todos os meses. Já se tratando do aparelho usado que Alice comprou, o equipo é oferecido pelo SUS e a família consegue receber sem custos. 

–A garrafinha que fica presa na bomba com a dieta e a mangueirinha por onde ela passa têm que ser trocadas todos os dias, senão podem infectar – explica Alice. 

Para decidir pela compra da bomba de infusão usada, Alice consultou uma enfermeira do hospital onde Ezequiel esteve internado. Ela concordou que, pelo custo-benefício, essa seria a melhor opção para a família.

Palavras também foram apoio 

Após a publicação no DG, no mês passado, os contatos que o leitores do jornal fizeram com Alice resultaram em demonstrações de carinho, além da ajuda financeira. Para ela, que luta há quase dois anos para cuidar do filho, as palavra de conforto ajudaram: 

– Duas das pessoas que entraram em contato comigo queriam saber mais sobre a história dele e nos ajudaram com um valor. Eu, como mãe, agradeço de coração pelo apoio, pela doação e também pelas palavras. A gente pede que as pessoas tenham mais essa empatia em ajudar o outro.

Relembre

/// Ezequiel foi diagnosticado aos dois meses com granulomatosa crônica (doença que causa infecções em diferentes partes do corpo) e infecção por citomegalovírus (CMV). Desde então, ficou internado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Recebeu alta em 29 de dezembro de 2023. 

/// Depois de um transplante de medula, o bebê desenvolveu a Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro (Dech), que afetou o seu intestino. Assim, passou a depender de alimentação intravenosa, pois tudo que ingeria acabava fazendo mal. 

/// Ainda assim, o intestino estava tão debilitado que mesmo a sonda o fazia vomitar. O hospital forneceu uma bomba de infusão que permitia controlar a saída da dieta em um ritmo que não agredisse o órgão. 

/// A família, porém, não podia levar o equipamento para casa e assim começou a batalha pela compra. 

AJUDE 

/// A família ainda precisa de ajuda para custear o deslocamento até o hospital três vezes por semana, além de remédios e fraldas.
/// Doações podem ser feitas pela chave Pix (telefone) 51997537290.

Produção: Caroline Fraga