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Solidariedade

Doador de sapatilhas conhece projeto de balé de Alvorada

Morador da Suíça, porto-alegrense assistiu na tarde deste domingo apresentação de cem meninas que receberam a ajuda dele no ano passado

20/11/2016 - 20h02min

Atualizada em: 20/11/2016 - 20h03min


Roberta Schuler
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Clau (de rosa pink, no centro), George e as bailarinas ao fim do espetáculo

Sentado em um lugar especial, dedicado aos apoiadores do Grupo de Dança Independance, o analista de sistemas George Fabris Justo, 41 anos, pôde ver de perto a graça e o empenho de cem bailarinas de Alvorada. Capitaneadas pela professora Claudia Souza Malta Costa, 16 anos, a Profe Clau, as pequenas dançarinas o motivaram a ajudar desde a Suíça, onde mora há sete anos.

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No ano passado, o porto-alegrense que vive na Europa há 12 anos fez a doação de sapatilhas e collants para as meninas do projeto que acontece na Escola Estadual Maurício Sirotsky Sobrinho, que ele conheceu a partir da reportagem do Diário Gaúcho lida na internet. Para isso, entrou em contato com uma amiga que mora em Brasília, cujos pais vivem em Porto Alegre e fizeram chegar a ajuda a Alvorada.

Na tarde deste domingo, no salão da Paróquia Nossa Senhora do Caravaggio, no Bairro Maria Regina, junto com outras 300 pessoas, George sentiu a energia envolvida num projeto que há quatro anos vem modificando a vida de meninas de bairros como Maria Regina, Salomé, Umbu, Algarve e Nova Alvorada.

– Estou muito emocionado, muito feliz. Achei a energia delas muito boa – contou, enquanto acompanhava o bailado de fadas, jardineiras, animais da água, da luz, todos personagens do filme Tinker Bell, representados no espetáculo de dança que encerrou o ano.

Além de demonstrar pessoalmente a admiração pelo trabalho de Clau e suas alunas, a visita de George rendeu mais frutos: ele mobilizou cinco brasileiros e uma espanhola que vivem em Genebra, onde ele reside, e de lá veio o apoio para garantir mais 93 pares de sapatilhas.

Espetáculo de encerramento reuniu 300 pessoas

– Conhecer quem lá do outro lado do mundo se comoveu com uma história de Alvorada é muito emocionante – disse Clau, durante o espetáculo.

Além de George, o projeto conta com o apoio de uma loja da cidade e tem uma rede de mães que se envolve na confecção dos figurinos e na realização dos eventos, como o chá de ontem, que garantem o recurso necessário para manter as apresentações.

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Empenho na confecção de figurinos

Assim como tantas mães, que transbordaram de orgulho diante da beleza e desenvoltura de suas pequenas bailarinas, Marlene Souza Costa, 50 anos, vivia mais uma vez a emoção de assistir à realização da filha Claudia.

– Ela se dedica de corpo e alma e eu tenho que acompanhá-la – disse a mãe, responsável pela criação de todas as fantasias usadas pelas cem meninas de três a 16 anos.

Figurinos foram desenhados por Marlene, mãe de Clau e executados por um grupo de mães

Dos desenhos feitos por ela, moldes dos figurinos são confeccionados em bonecas Barbie para, depois, ganharem forma pelas mãos de 20 mães de alunas que costuram.

– Levantei às 5h30min para terminar as últimas fantasias. A Marlene desenha e a gente executa – explicou a costureira Dione do Nascimento, 49 anos, mãe das bailarinas Melissa, 15 anos, e Marina, nove anos, alunas da Maurício Sirotsky Sobrinho.

– Eu adoro dançar, é muito legal – disse Marina, eufórica.

Contato com a arte

Clau com suas alunas

– A maioria das meninas não teria contato com a arte se não fosse pelo projeto. Quando colocam a fantasia, o fru-fru no cabelo, os problemas ficam do lado de fora.

Com a frase, Paula Nunes, 28 anos, dinda da profe Clau e uma das envolvidas na organização do evento, mostra a importância do projeto na vida das meninas.

Tânia cheia de orgulho de sua pequena bailarina Isabelle

A dona de casa Tânia Azambuja, 42 anos, concorda com a evolução na vida das crianças. Ela conheceu a história da profe Clau pelo Diário Gaúcho e há dois levou a filha Isabelle Azambuja Lima, quatro anos, para participar.

– É muito bom, ela se entrosou mais com as outras crianças. Era muito tímida.

Bailarinas compenetradas, esperando para entrar no palco

A aposentada Cleide Pinheiro, 52 anos, que assistia da plateia as sobrinhas, elogiou:

– É muito bom um projeto que tira as crianças da rua. Assim, os pais podem trabalhar mais tranquilos. E também se sentem mais motivadas a estudar (uma das condições para a participação é ter boas notas).


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