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Seu problema é nosso

Creche fechada em Cachoeirinha obriga mães a deixarem o emprego ou pagarem escola particular 

Secretaria Municipal da Educação informou que está buscando uma alternativa para as 40 crianças prejudicadas

21/03/2017 - 08h54min

Atualizada em: 21/03/2017 - 09h52min


Creche Averonice segue fechada

Um mês após sua história ter sido contada no Diário Gaúcho, a situação da creche Averonice, localizada no Bairro Eunice Nova, em Cachoeirinha, segue igual. Quarenta crianças que estão matriculadas na instituição desde o ano passado seguem sem estudar, pois a escolinha está fechada por falta de documentação jurídica.

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No dia 7 de fevereiro, a creche deveria reabrir – após as férias de verão. Para a surpresa das famílias que foram levar seus filhos na manhã daquela terça-feira, a escolinha estava fechada. Sem ter com quem deixar o pequeno Lorenzo, três anos, Patricia Portela, 27 anos, foi obrigada a deixar o emprego como vendedora para ficar em casa com o filho. Atualmente, está desempregada.

– Não consegui realocação para ele em outra creche, e uma particular é muito cara, não tenho condições de pagar. Tive que parar de trabalhar para cuidar dele – conta ela.

Mães reclamaram

Desde que o problema começou a ser acompanhado, cerca de 15 mães entraram em contato com o jornal para pedir ajuda. Na primeira reportagem, a secretária municipal da Educação Rosa Maria Lippert disse que a direção da Averonice deveria ter entregue a documentação até o dia 20 de janeiro. Sem ela, a instituição foi proibida de abrir.

Além disso, Rosa informou que existe uma lista de espera para a educação infantil em Cachoeirinha e que, por isso, não há como encaminhar os alunos para outras escolinhas.

Quarenta crianças estão sem estudar

Segundo a agente de turismo Cintia D’ávila, 37 anos, as famílias tiveram uma reunião com a Secretaria da Educação, que prometeu dar uma solução. Entretanto, até o momento, nada foi resolvido. Mãe da Manuela, três anos, Cintia está pagando R$ 460 por mês para uma pessoa cuidar em casa da menina.

– É um valor que pesa no orçamento, pois não estávamos preparados. E ela tem direito a vaga no sistema público – diz Cintia.

"Não posso parar"

Assim como ela, a vendedora Giedre Andorffy da Cunha Borges, 23 anos, para não perder o emprego, está gastando um valor maior do que pode pagar. Giedre é mãe do Bernardo, que também tem três anos. Sem perspectiva do município, precisou matricular o filho em uma creche particular:

– Não posso parar de trabalhar, estou gastando R$ 590 por mês para poder manter o Bernardo na escola e não ficar sem emprego.

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Crianças seguirão sem atendimento

A secretária da Educação de Cachoeirinha, Rosa Maria Lippert, informou por meio da assessoria de comunicação da prefeitura que a pasta está buscando uma alternativa para o atendimento das cerca de 40 crianças que já estavam matriculadas na Averonice. Isso porque o responsável pela associação proprietária da creche segue sem apresentar a documentação necessária para manter o convênio com o município.

A alternativa buscada pela prefeitura é estabelecer convênio com outra instituição de ensino.

Avaliação

Os contatos e análises estão sendo realizados, mas não há prazo para que outro estabelecimento seja escolhido e passe a atender as crianças que ficaram sem escola. Essa escolha está sendo analisada pela Superintendência de Compras, setor ligado à Secretaria de Administração do município que faz a avaliação jurídica sobre as candidatas aptas a serem conveniadas.

Produção: Shállon Teobaldo



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