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Seu Problema é Nosso

Há 10 anos, avenida alaga no bairro Walderez 

Moradores reclamam de descarte irregular de lixo e de transbordamento de arroio

24/09/2021 - 10h44min


Reprodução / Arquivo Pessoal
Prefeitura realizou limpeza em agosto

A assistente financeira Priscila Santos de Souza, 31 anos, conta que desde pequena mora na Avenida Capistrano de Abreu, no bairro Walderez, em Sapucaia do Sul. Segundo ela, há pelo menos 10 anos a vizinhança enfrenta problemas de enchentes na avenida. 

Reprodução / Arquivo Pessoal
Priscila mora na avenida há mais de 30 anos

A moradora lembra de ter visto, nas chuvas do mês de agosto deste ano, restos de móveis como sofás e cadeiras passarem em frente à sua casa durante a última enchente. Ainda em agosto, a prefeitura, a Defesa Civil e a Corsan estiveram no local e realizaram a sinalização e a limpeza do arroio São Bento, localizado na avenida. No entanto, um buraco ainda permanece aberto e tem sido utilizado para o descarte irregular de lixo por pessoas  que moram em outras ruas. 

Além disso, segundo moradores, uma parte da avenida ainda está interditada o que impossibilita que aquele trecho seja utilizado. Priscila conta que já abriu diversos protocolos solicitando a limpeza da rua e o conserto da rede de esgoto. A solicitação dos moradores é que a prefeitura feche o arroio para que o descarte irregular de lixo termine.

–  Já abri muitos protocolos, meus vizinhos também. A Corsan esteve aqui durante três dias, eles arrumaram, mas ainda não resolveu o problema, o buraco continua lá – afirma a moradora.

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“Esquecido”

O vendedor Diego Zang Schütz, 34 anos, mora na região desde que nasceu. Segundo ele, é um problema que vem de outras gestões mas que parece estar sendo negligenciado também pela gestão atual. Ele afirma ter procurado a prefeitura diversas vezes nos últimos anos. De acordo com os moradores, a maioria dos descartes são realizados por pessoas que moram em áreas irregulares próximas do arroio. Além disso, após as cheias de agosto, um representante da Secretaria de Obras do município teria prometido a limpeza do arroio em 15 dias, promessa que não teria se cumprido: 

– Faz um mês que prometeram uma nova limpeza e até o momento nada foi feito.

Reprodução / Arquivo Pessoal
Diego foi um dos moradores que procurou a prefeitura

Priscila conta que o bairro é popularmente conhecido como o bairro “esquecido” de Sapucaia do Sul. Por ficar na divisa entre Sapucaia do Sul e Esteio, a moradora afirma que um município passa a responsabilidade para o outro. 

“Somos reféns dos alagamentos”, diz morador

Os dois moradores relataram dificuldades enfrentadas em dias de chuva. O vendedor afirma que diversas vezes não conseguiu sair de casa para trabalhar. Segundo ele, é um problema que sempre existiu mas que tem se agravado nos últimos anos:

– Se vai chover a gente sabe que vai alagar. Nós somos reféns dos alagamentos. Alguns vizinhos têm o problema de entrar água para dentro de casa. Já a assistente financeira relata que esse problema afeta diretamente na renda da família. 

Prejuízo

Segundo ela, atualmente seu esposo, Cristian Rodrigues Cerveira, é o único integrante da família com carteira assinada. Toda vez que ele chega atrasado no emprego, por causa da chuva, ocorre o desconto no salário.

– Temos três filhos e eu não estou trabalhando no momento. Então, qualquer desconto faz muita diferença na nossa vida – afirma a moradora.

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Diego explica que em agosto alguns vizinhos ameaçaram trancar a avenida e queimar pneus, em forma de protesto. Segundo ele, a ação foi determinante para que a primeira limpeza do arroio fosse realizada. No entanto, ele ainda aguarda uma nova limpeza, de acordo com o que foi prometido.

Buraco deve ser fechado em 21 dias

Em nota, a prefeitura de Sapucaia do Sul informou que realizou a limpeza da rede de esgoto do local. Em relação ao buraco aberto, a assessoria de imprensa afirmou que as tampas quebraram e “como não haviam outras para instalação imediata, a Secretaria de Obras fabricou novas tampas”. De acordo com a prefeitura, o buraco deve ser fechado em 21 dias. ”É o tempo necessário para a cura do material. Após isso, elas serão instaladas no buraco”.

Produção: Kênia Fialho


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