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Projeto criado no Morro da Polícia busca ajuda para atender mais crianças

Iniciativa precisa de voluntários, instrumentos musicais e alimentos 

24/03/2022 - 12h40min

Atualizada em: 24/03/2022 - 12h57min


Reprodução / Arquivo Pessoal
Angélica (E) e Daisy (D): manas e idealizadoras de ação

Oferecer atividades educativas, esportivas e artísticas para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Esse é objetivo do projeto Multiplicar o Amor, Incluir o Saber (Mais), que atua no Morro da Polícia, bairro Coronel Aparício Borges, na Capital, e atende cerca de 100 crianças semanalmente. 

Daisy Cristina Martins dos Santos, 38 anos, idealizadora do projeto, vive na localidade desde que nasceu. Ela e a irmã, Maria Angélica Martins dos Santos, 41 anos, sempre gostaram de promover festas para a criançada em datas comemorativas. Durante a pandemia, no entanto, quando passou a ficar mais em casa, percebeu a quantidade de crianças e jovens que passavam o dia na rua.

– Certa vez, dois irmãos me pediram alimentos. Em poucos minutos, eles foram muito ofensivos um com o outro. Aquilo me doeu, e pude ver que a realidade da minha infância continuava ali. Só tinha se tornado invisível porque eu não prestava atenção – recorda Daisy.

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Reprodução / Arquivo Pessoal
Atendimentos ocorrem na residência de voluntária

Família

A partir daquele momento ela resolveu agir. Para todas as crianças que vinham pedir alimentos, oferecia também atenção. Era uma forma, conta, de apresentar valores que poderiam fazer a diferença na vida delas. O atendimento que teve início com o acolhimento dos dois irmãos passou a receber cinco, 10, 15 crianças. Em outubro de 2020, a ação se transformou em projeto. 

Atualmente, todo dia crianças e adolescentes batem no portão de Daisy no contraturno escolar. As atividades ocorrem na casa dela:

– Sempre tem alguma oficina, seja de arte, culinária ou esporte.

Daisy conta com o apoio de familiares, que se tornaram voluntários. O marido, Edson Rodrigues Pereira, 41 anos, coordena as atividades esportivas. A irmã, Angélica, atua em questões administrativas. 

Atualmente, uma voluntária realiza reforço escolar duas vezes por semana e um grupo doa alimentos para o preparo das refeições:

– A gente não tem estrutura nem dinheiro. Mas sempre aparece alguém disposto a doar algum alimento. Uma caixa de leite já faz muita diferença.

Escolha

Conforme se envolvia, Daisy percebeu a necessidade de se capacitar. Foi quando fez um curso na organização não governamental de São Paulo Gerando Falcões. Parte das aulas online, no entanto, era realizada em seu horário de trabalho, e isso não agradou o antigo chefe de Daisy. Ela optou, então, por se dedicar integralmente ao projeto. Hoje, complementa a renda da família com costuras e artesanatos.  

– Pretendo um dia conseguir ter uma máquina a laser para que esses adolescentes possam se qualificar. Trabalhei durante 13 anos como auxiliar de produção. Posso passar o que aprendi – afirma. 

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Sem estrutura para expandir atendimento

O projeto que começou na casa de Daisy, em menos de dois anos, ganhou o apoio da comunidade. A iniciativa vislumbra o uso de um terreno emprestado pela paróquia Nossa Senhora da Glória. Daisy conta que o projeto recebeu também a liberação para construir um galpão no local. Assim, as crianças terão mais estrutura para participar das atividades. Além disso, será possível organizar um local para as doações:

– Aqui em casa não tem espaço para guardar roupas, alimentos, brinquedos.

Outra demanda urgente do projeto é a de voluntários. Com mais participantes dispostos a contribuir, será possível expandir o número de atividades ofertadas e aumentar o número de pessoas atendidas.  A enfermeira Alessandra da Silva Behm de Almeida, 48 anos, passou a fazer parte depois de ver uma reportagem sobre a ação na RBSTV. Ela conta que, havia algum tempo, tinha vontade de participar de um projeto social. 

– Durante a semana dou reforço escolar. Já no sábado, aproveito para fazer atividades de artesanato, pintura e jogos. Ajudo também arrecadando doações e divulgando o projeto – conta Alessandra.

Já a advogada Ana Elisabete Magalhães dos Reis, 43 anos, faz parte de um grupo de amigos e familiares chamado Marmita Solidária POA. O grupo surgiu no início de 2020 e distribui marmitas, cobertores, agasalhos, kits de higiene e cestas básicas. Ela explica que conheceu o projeto de Daisy por uma conhecida que distribuía marmitas no Morro da Polícia. 

– Nos encantamos com o trabalho. Então, direcionamos parte do foco das nossas doações para as crianças do projeto – conta Ana.

Contribua

/// O projeto aceita doações de alimentos, instrumentos musicais e outros materiais que serão utilizados nas oficinas. Para saber mais sobre a iniciativa, clique aqui.

/// Para doar ou se tornar voluntário, fale com Daisy pelos telefones (51) 98458-2931 e (51) 3319-3075.

Produção: Kênia Fialho


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