Guerra do tráfico
Depois de tiroteio e morte, Vila Cruzeiro amanhece cercada por barricadas
Moradores da Beco Coqueiros, onde o servente de obras Norberto Rodrigues, 64 anos, foi morto terça à noite, temem volta dos atiradores
A quarta-feira após o ataque a tiros que vitimou o servente de obras Norberto Dorneles Rodrigues, 64 anos, e deixou três jovens feridos amanheceu tensa entre os moradores da Beco Coqueiros, na região conhecida como Vila 27, no complexo da Vila Cruzeiro, Bairro Santa Tereza, na Zona Sul de Porto Alegre. Barricadas cercam todos os acessos à rua onde foram registrados mais de 50 disparos por volta das 20h30min de terça.
– A gente nunca sabe quando eles podem voltar. Não temos mais a tranquilidade para ir para a nossa rua – diz um morador que prefere não ser identificado.
A ordem ali é não permitir a passagem de carros desconhecidos.
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Norberto morava há 38 anos ali. Criou seus sete filhos e já convivia com três netos sempre naquela localidade. No começo da noite de terça, repetia a sua rotina. Depois de um dia cansativo de trabalho, jantou e, para descansar um pouco, sentou em frente à casa da irmã, na esquina com o Acesso 25. Foi justamente deste local que os atiradores surgiram em um Passat preto com um giroflex.
Foram disparos a esmo, apontados para a rua, que acabaram deixando três jovens – dois deles sem qualquer antecedente criminal – feridos. Eles seguem hospitalizados. Segundo os familiares, todos esperavam para ir a um jogo de futebol nas proximidades da vila.
A suspeita da polícia é de que o ataque da noite de terça foi uma resposta de criminosos ligados à facção dos Bala na Cara depois do ataque semelhante ocorrido na noite do último sábado, no Bairro Bom Jesus. Naquela ocasião, a suspeita é de que integrantes da quadrilha dos V7 – que tem sua área de atuação justamente no ponto da Vila Cruzeiro atacado terça – tenham comandado a ação.