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Seu problema é nosso

Transplantada duas vezes, idosa precisa de medicamentos que custam quase R$ 100 mil por mês

Secretaria da Saúde informou que Sônia está na programação do Ministério da Saúde, mas não há prazo para liberação dos remédios

05/07/2017 - 08h22min

Atualizada em: 05/07/2017 - 09h48min


A aposentada Sônia Maria da Silva Xavier, 62 anos, não sabe quando vai conseguir receber os medicamentos dos quais necessita para tratar a Hepatite C, descoberta 15 anos atrás. Isso porque os três remédios que a moradora do Centro Histórico precisa podem demorar mais de um ano e meio para serem liberados via Sus, tempo pelo qual ela não pode esperar.

– Meu médico me disse que pode demorar para liberarem e me recomendou entrar na Justiça para conseguir uma liminar, porque não tenho como esperar todo esse tempo pelos remédios, preciso do tratamento urgente – conta a aposentada.

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Alto custo

Um ponto que deixa a situação ainda mais complicada é que Sônia sequer pode comprar os remédios por conta própria, pois são muito caros. Cada caixa de Sofosbuvir 400mg, por exemplo, custa cerca de R$ 80 mil. E esse é só um dos remédios que ela precisa. Os outros dois – Daclatasvir 60 mg e Ribavirina 250 mg – custam cerca de R$ 20 mil e R$ 700 cada caixa, respectivamente. Com exceção da Ribavirina, que vem com 120 comprimidos por caixa, os outros dois tem apenas 30 comprimidos em cada embalagem. Sendo assim, o custo mensal para comprar os remédios chegaria a quase R$ 100 mil.

Urgência

Sônia já passou por dois transplantes de fígado em razão da doença. Seu tratamento é feito na Santa Casa e, conforme o médico que faz o seu acompanhamento descreveu em atestado, ela não tem condições de suportar um terceiro transplante.

No documento, o médico escreve que Sônia "necessita iniciar com urgência o tratamento" para impedir que a doença ataque o fígado que ela recebeu num último transplante, no início de 2016.

Sônia mora com a filha Simone Xavier Figueiredo, 45 anos, que afirma estar procurando entrar na Justiça para exigir que o medicamento seja liberado de forma mais rápida.

– Ela não tem como fazer um novo transplante, então nós precisamos desses remédios logo, não temos como esperar mais de um ano. Ela talvez não resista a esse tempo – desabafa a filha.

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Secretaria promete liberação, sem prazo

Na segunda-feira (3), o Diário Gaúcho entrou em contato a com a Secretaria Estadual da Saúde (SES) para buscar esclarecimentos sobre o caso. Somente no fim da tarde de ontem, o órgão deu uma resposta. A informação é de que o pedido de medicamentos feito por Sônia entrou no sistema em 29 de maio de 2017 e foi liberado na segunda-feira – mesmo dia em que o jornal fez contato com a secretaria.

A assessoria de imprensa da SES disse ainda que essa liberação apenas coloca a paciente em uma programação do Ministério da Saúde – pois o tratamento é proveniente de recursos da União, e não da Farmácia do Estado. Portanto, não há prazo para liberação dos remédios. Sônia deverá entrar em contato com a Secretaria pelo telefone (51) 3288-5800 e falar com a Assistência Farmacêutica. Assim, poderá se informar sobre os próximos passos do processo.



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