Seu problema é nosso
Corte de árvores no Parque Chico Mendes intriga moradores na Zona Norte da Capital
Equipes da Prefeitura fizeram uma limpa, cortando várias árvores durante o mês de julho
Moradores da região e frequentadores do Parque Chico Mendes, na Zona Norte de Porto Alegre, entre os bairros Jardim Leopoldina e Chácara da Fumaça, surpreenderam-se com o corte de várias árvores durante o mês de julho. Além de ser um grande espaço de preservação ambiental, o local também serve como ponto de lazer para famílias nos finais de semana.
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Entre elas está a do microempreendedor Edemir do Santos, 50 anos, morador do Parque dos Maias. Ele frequenta o parque, acompanhado dos filhos, pelo menos desde 1998. E foi durante mais das já tradicionais trilhas que faz pelo local que ele deparou com várias árvores cortadas.
– Eu fiquei imensamente triste em ver aquela cena, me partiu o coração, eram muitas e muitas árvores cortadas – recorda Edemir.
Ele lembra que, ao avistar as primeiras árvores cortadas, achou que se tratava apenas de uma limpeza, já que eram galhos menores, mas logo que continuou andando pelo local, se impressionou com a quantidade de área verde destruída.
Preocupação
– Árvores antigas foram cortadas e vi pessoas comentando que os troncos estavam até sendo vendidos como lenha – conta Edemir, que resolveu pedir ajuda.
O microempreendedor foi até a sede do Paço Municipal, no Centro Histórico de Porto Alegre, onde foi orientado a ir até a Rua 7 de Setembro.
Tempo perdido
No local, Edemir foi aconselhado a ir até a Avenida João Pessoa. Desta vez, não conseguiu ir até o local indicado:
– Eu tentei ajudar de algum jeito, mas mandam a gente ficar indo para lá e para cá. Eu trabalho, tirei algumas horas para tentar ajudar, mas ninguém cooperou.
Secretaria nega venda de troncos
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade (Smams) explicou que os troncos das árvores cortadas no Parque Chico Mendes não são revendidos como lenha e, sim, reaproveitados pela equipe no próprio parque. A madeira será usada na construção de escadas e bancos que ficarão no local.
Sobre o critério para corte, a secretaria alegou motivos como risco de queda, vegetais machucados ou que acabaram impedindo o crescimento de outros nativos ao redor.
O órgão ainda explicou que, durante o ano, a Smams realiza permanentemente o replantio de árvores nativas no parque.
*Produção: Alberi Neto