Seu problema é nosso
Moradores de Sapucaia do Sul aguardam obras para evitar enchentes há quase três anos
O drama da vizinhança foi tema de reportagem no Diário Gaúcho em janeiro de 2015, e até hoje a prefeitura não fez grandes reparos na região
Os moradores da Avenida Açorianos, em Sapucaia do Sul, não suportam mais os constantes prejuízos causados a cada temporal que atinge o bairro São José, desde o começo dos anos 2000, quando foram feitas obras que mudaram o curso do Arroio José Joaquim. O drama da vizinhança foi tema de reportagem no Diário Gaúcho em janeiro de 2015.
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Morador do local há 17 anos, o motorista Renan Vidal Côrrea, 32 anos, recorda que, no ano em que o DG esteve no local pela primeira vez, ocorreram seis enchentes. Em 2017, a situação estava mais controlada, porém, com o início das fortes chuvas, em dezembro, ocorreram dois alagamentos.
— A prefeitura fechou o arroio e colocou canos que jamais vão alcançar a mesma vazão que tinha o curso natural da água. Aí, cada vez que chove mais forte, as tubulações não aguentam a quantidade da água e causam esses estragos — conta Renan.
Lama
Como a região fica perto de mata e de morros, a chuva também traz muito barro. Depois da última enxurrada, na quinta- feira passada, os próprios moradores pagaram uma retroescavadeira para fazer a raspagem da lama no asfalto.
Segundo Renan, a vizinhança chegou a entrar em contato com a prefeitura, mas a administração não disponibilizou a máquina para auxiliar na limpeza da rua.
— Nunca nos ajudam. A prefeitura só vem aqui, dá uma olhada nas caixas da tubulação e vai embora — protesta o motorista.
Como medida paliativa, os moradores construíram uma espécie de "dique" ao longo da avenida. A obra serve para evitar que água e lama invadam as casas. Entretanto, em casos de tempestades mais carregadas, o problema causado pela alteração no curso do arroio fica evidente.
Esperança vai por água abaixo
A prefeitura de Sapucaia do Sul, por meio de sua assessoria de imprensa, explicou que a Secretaria Municipal de Obras faz vistorias e limpezas constantemente no local.
O órgão, que também é responsável pela manutenção da bacia de contenção existente no 18º Batalhão de Infantaria Motorizado do Exército (BIMtz), informa que uma das caixas de inspeção da avenida está sendo reconstruída, pois estava com uma parede comprometida.
Sem expectativa Em nota, a prefeitura diz que "continuará trabalhando nas redes que faltam, pois há dificuldade de manuseio, por conta das residências construídas em cima destas". Entretanto, quanto às obras, não há previsão, pois o município diz que depende de recursos do Governo Federal e não há expectativa de serem repassados à cidade.
Sobre o estudo para início da terceira fase da revitalização do Arroio José Joaquim, a prefeitura diz que o processo está perto da finalização, faltando apenas a aprovação do documento pela Caixa Econômica Federal.
*Produção: Alberi Neto