Seu problema é nosso
Postes com risco de queda assustam moradores em vários bairros de Porto Alegre
Depois de vários dias com intensas chuvas e ventos, a inclinação de alguns postes de energia assustou quem reside próximo ao locais onde eles estão instalados
Depois de vários dias com intensas chuvas e ventos, a inclinação de alguns postes de energia assustou quem reside próximo ao locais onde estão instalados. Nesta segunda-feira, por exemplo, foram 28,6 milímetros de chuva em Porto Alegre, o correspondente a 21% do previsto para o mês de outubro.
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Na Capital, o problema com postes foi relatado para o Diário Gaúcho em três bairros: Sarandi, na Zona Norte, e Belém Novo e Santa Tereza, ambos na Zona Sul. Segundo os leitores que procuraram o jornal, a companhia de energia responsável pela manutenção foi procurada. Entretanto, nenhuma medida foi tomada.
Na Zona Sul, dois pontos com risco
Na Rua Santa Helena, bairro Belém Novo, vive preocupada a pensionista Izaltina Espindola, 79 anos. Ela conta que um poste está inclinado há mais de dois anos e, caso tombe, poderá atingir uma parada de ônibus:
— É um local com circulação de pessoas, de mães e crianças. É perigoso. Imagina, cair em cima da parada cheia de gente? A idosa ressalta que, a cada chuva, a situação piora.
No bairro Santa Tereza, na Rua Dona Otília, o perigo fica mais perto do solo. Segundo o vigilante Joaquim Trindade, 40 anos, os fios de alta tensão estão a menos de dois metros do chão.
Aflito pelas crianças que ali brincam, ele conta que já procurou ajuda, tendo registrado mais de 10 protocolos. Porém, há dois meses o pilar está envergado:
— Se cair, outros postes irão cair junto, porque nenhum está firme. E o pior é que podem despencar em cima das casas.
No local, há cerca de 20 casas e quatro pilares de energia.
— Quando tem vento, os fios soltos se batem, soltando fogo. É apavorante — conta o vigilante.
Na Zona Norte, inclinação evidente
O aposentado Claudio Moraes, 68 anos, mora na Rua União, na altura do número 80, bairro Sarandi. Segundo ele, um poste precisa de manutenção há mais de um ano. O equipamento está inclinado para a esquerda — situação que piorou com a ventania dos últimos dias.
— Se cair, vai tombar em cima da casa da vizinha. É uma rua muito estreita e movimentada, tem muita circulação de crianças e também carros estacionados — relata o aposentado.
O maior medo de Claudio é de que uma vida inocente seja atingida:
— Se der um vento muito forte, vai cair. E pode matar alguém.
Ele explica que o poste de madeira não parece estar podre e, sim, cedendo do chão.
Equipamentos serão substituídos em até 45 dias
A Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE- D) afirmou que os postes situados nos endereços de Izaltina, Joaquim e Claudio foram vistoriados pelos técnicos e serão trocados em até 45 dias.
Questionada sobre como é feita a manutenção dos pilares, a empresa afirmou que é realizada de forma programada, com a finalidade de minimizar interrupções no fornecimento de energia. Em muitos casos, a CEEE-D faz a substituição com a utilização de equipes de linha viva, ou seja, sem interromper o fornecimento.
Os postes de madeira, como no caso da Rua União, no bairro Sarandi, não são mais um padrão da companhia de energia. Segundo a assessoria de comunicação, os que ainda existem estão sendo gradativamente substituídos, na medida em que sua vida útil se encerra. Agora, os modelos usados são de concreto ou de fibra.
Em relação ao perigo que os postes caídos e com fiação baixa podem oferecer, a CEEE-D orienta que, em caso de defeitos, a população mantenha distância até que a empresa preste atendimento emergencial.
Em casos semelhantes aos de Izaltina, Joaquim e Claudio, usuários podem entrar em contato com a companhia por meio dos canais de atendimento da concessionária, agências e pelo número 0800-721-2333.
*Produção: Eduarda Endler