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Seu Problema é Nosso

Judoca de Porto Alegre precisa de cirurgia nos ombros para continuar lutando

Vanessa Paranhos, 16 anos, moradora do bairro Restinga, já conquistou 42 medalhas em campeonatos

28/01/2019 - 09h50min

Atualizada em: 28/01/2019 - 11h55min


LeitorDG / Arquivo Pessoal
Vanessa sonha em voltar aos tatames

A jovem atleta Vanessa Paranhos, 16 anos, teve sua trajetória promissora no judô interrompida devido a lesões no ombro. Moradora do bairro Restinga, em Porto Alegre, Vanessa pratica o esporte desde os oito anos, quando teve o primeiro contato por intermédio do Programa Mais Educação. Desde 2017, depois de um campeonato, ela sofre com o deslocamento dos ombros quando faz esforço físico e, por isso, precisa de cirurgia para o reparo das articulações. 

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— Ela está aguardando a cirurgia pelo SUS, mas pode demorar muito para ser marcada. Não temos nenhum convênio. Esse tempo parada pode prejudicar toda a carreira dela — conta a mãe da jovem, a diarista Beatriz Paranhos, 44 anos. 

Preocupadas com o futuro, mãe e filha buscam arrecadar o valor para pagar pelo procedimento, que custa cerca de R$ 18 mil. Por meio de uma vaquinha online, elas já arrecadaram R$ 710. Hoje, a judoca tem os movimentos dos braços limitados, pois os ombros deslocam facilmente. 

Trajetória 

Aos 11 anos e mais entusiasmada em seguir como judoca, a menina começou a pesquisar clubes onde atletas reconhecidos treinavam. Com o apoio da mãe, ela conseguiu uma bolsa na Sociedade de Ginástica de Porto Alegre (Sogipa) e começou seu desenvolvimento. 

— Ela pediu para ser levada até a Sogipa, acreditava que iriam gostar dela. Depois de uma semana treinando lá, o professor viu potencial nela e, desde então, é bolsista. Ela chegou a treinar com a Mayra Aguiar (campeã mundial e medalhista olímpica de judô), esse dia foi inesquecível para ela — relembra a mãe. 

Logo no primeiro ano, Vanessa se destacou e, no decorrer de cinco anos, participou de campeonatos estaduais, nacionais e até na Argentina. Conquistou 42 medalhas. 

— Ela começou mais tarde que os outros atletas, mas, já no início, classificou- se em campeonatos. Poderia ter evoluído muito mais se não fossem as lesões. Depois da cirurgia, depende só da vontade dela para recuperar o tempo perdido — afirma o coordenador técnico da equipe Sogipa de judô, Daniel Pires, 41 anos. 

Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Garra no tatame

Atualmente, Vanessa é faixa roxa, intermediária, faltando duas para a preta. Segundo Beatriz, quando a filha precisava viajar para competir, ambas se esforçavam para conseguir pagar pela viagem e pediam contribuições para familiares e em comércios da região. 

— Somos de uma família humilde e não temos patrocínio, fazemos de tudo para que ela continue lutando. O judô fez muito bem para ela. É outra realidade, uma oportunidade boa para o futuro. O sonho dela é chegar na faixa preta e fazer o curso de Educação Física — conta a mãe. 

Além de se tornar uma lutadora profissional, Vanessa almeja ajudar jovens carentes com o esporte:

— Quero ajudar pessoas que não têm oportunidade, pois a falta do esporte leva para outros caminhos. 

Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre confirmou que Vanessa foi encaminhada para o ortopedista em maio do ano passado. De acordo com os dados da pasta, o tempo de espera para o procedimento pode chegar a 656 dias. Tal fator assusta a atleta, pois serão quase dois anos sem poder praticar o esporte. 

— Eu espero conseguir a cirurgia o quanto antes, para poder voltar aos tatames, trocar de faixa e competir em campeonatos — projeta Vanessa. 

Como ajudar

/// Doe por meio da vaquinha online.

Produção: Caroline Tidra

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