Seu Problema é Nosso
Morador de Canoas realiza cirurgia para amenizar Parkinson, após reportagem do Diário
Cláudio Felhauer, 53 anos, realizou o implante de um marca-passo cerebral no dia 3 de dezembro do ano passado. O valor da cirurgia foi arrecado com campanhas e uma doação anônima de mais de R$ 50 mil
— Eu nasci de novo no dia 3 de dezembro do ano passado.
Desta forma, o vendedor aposentado Cláudio Felhauer, 53 anos, expressa alegria ao relatar a realização da cirurgia que amenizou o sofrimento causado pelo mal de Parkinson.
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Morador de Canoas, ele enfrentava sintomas da doença, que estava em estágio avançado, como o descontrole de movimento e a imobilização. Vivendo há cerca de 15 anos com o distúrbio, a esperança era o implante de um marca- passo cerebral. Cláudio aguardava havia anos pela cirurgia via SUS, mas não tinha previsão de ser atendido.
A campanha em prol de sua melhora foi mostrada no Diário de 23 de julho de 2018. Ele precisava de R$ 100 mil para a colocação do marcapasso. Meses depois da publicação, com o valor arrecado a partir de ações solidárias e, ainda, uma doação anônima, que pagou pelo implante, Cláudio realizou seu sonho.
— Posso dizer que estou 95% melhor. Coisas que eu não conseguia fazer antes, agora, eu faço — diz ele, comemorando o sucesso do procedimento feito no Hospital Divina Providência, na Capital.
Doações
Foram cinco meses de campanha com vaquinha online, brechós, eventos, rifas e por meio das redes sociais. Além das diversas doações, Cláudio contou com a solidariedade da estudante de Publicidade e Propaganda da UFRGS Maria Eduarda Araújo, 20 anos, amiga de Bárbara, 19 anos, filha dele. A jovem se comoveu com a situação e gravou um vídeo com relatos de Cláudio. A filmagem deu visibilidade à situação que enfrentavam.
— Deus sempre nos ajudou em tudo, e Ele mandou esse anjo para nossas vidas, a Eduarda — afirma a esposa de Cláudio, Ana Felhauer.
Com as ações solidárias foram arrecadados R$ 55 mil, metade do valor necessário para a cirurgia. Mas o que mais surpreendeu a família foi a doação anônima, que ocorreu diretamente no hospital.
— Um doador anônimo pagou o valor da aparelhagem, que foi de R$ 50 mil. Não sabemos quem é nem como aconteceu. Mas minha gratidão é a mesma para quem doou R$ 0,25 ou R$ 50 mil, pois foi de coração — explica Cláudio.
— A campanha foi muito grande, e é difícil acreditar que ainda existem pessoas tão boas – completa Ana.
Outras perspectivas
Antes da cirurgia, Cláudio precisava de 30 comprimidos por dia para tratar o problema. Hoje, são três. Contudo, não há cura para a doença.
— Ela está aqui, mas o implante ameniza bastante os sintomas. Tem momentos em que ainda sinto muito os tremores, por isso, continuo com a medicação — conta.
As consultas para acompanhamento ocorrem pelo menos uma vez por mês, para ajustes do implante.
Gratidão
No vídeo gravado para a campanha, Cláudio, no auge da doença, tinha dificuldades para se alimentar sozinho e não conseguia escrever, abotoar suas camisas e dirigir.
Hoje, com uma qualidade de vida bem melhor, ele mudou sua visão do mundo:
— A cor do céu é mais bonita, as flores são mais bonitas. As coisas ruins estão sendo compensadas pelas pessoas que me ajudaram.
Além das várias pessoas que mantêm contato com Cláudio diariamente, em gratidão a tudo que foi lhe dado, ele prometeu que vai doar 60 brinquedos artesanais para o Instituto da Criança com Diabetes (ICD).
Produção: Caroline Tidra