Lá em Casa
Cris Silva dá dicas para uma boa convivência com os filhos do seu amor
Colunista escreve sobre maternidade e família todas as sextas-feiras no Diário Gaúcho
Com certeza vocês já ouviram a expressão “ele veio com o kit completo”. As pessoas costumam dizer isso quando o parceiro que a gente começa a namorar já tem filhos de uma relação anterior.
Foi o meu caso, há 10 anos, quando conheci o Paulo. Ele já tinha dois filhos, o Arthur e o João Pedro, que, na época, tinham dois e seis anos.
O Paulo esperou nossa relação firmar para me apresentar seus filhos. Esse cuidado para ver se a relação iria prosperar foi certíssimo e acredito que tenha sido fundamental para que as crianças me aprovassem.
Madrasta? Prefiro "boadrasta"
Nossa relação prosperou tanto que tivemos o Matheus. Mas o assunto, hoje, é ser madrasta, termo que eu substituí por “boadrasta”. Isso porque o sinônimo de madrasta, no dicionário, é mulher má, incapaz de sentimentos afetuosos e amigáveis, e eu me nego a ser essa bruxa.
Namorar alguém que tem filhos de uma outra história é bem normal e não deveria ser complicado. Mas, muitas vezes, as pessoas se atrapalham nos espaços que ocupam e acabam gerando sentimentos bem ruins pelas crianças. Aí, a coisa desanda mesmo.
Confesso para vocês que nunca tive problemas com os meninos, os filhos do Paulo sempre foram incríveis e me aceitaram desde o primeiro dia, foi aprovação à primeira vista, graças a Deus.
Mas acredito que fiz por merecer. Algumas regras sempre foram bem claras para mim e aproveito para dividi-las com você, leitor(a) que está nesta situação.
Acrescentar, e não dividir
Primeiro, quando você chegou, os filhos já estavam aí. Então, chegue para acrescentar e não para dividir. Segundo, não tente ser quem você não é, saiba o seu lugar. O grande erro é querer substituir a figura da mãe ou do pai.
Outra coisa, não destrua nem diminua a história que seu parceiro teve com a outra pessoa. Construa a sua e não perca um segundo com o passado dele. Essa é bem importante: jamais fale mal do ex-parceiro, principalmente na frente das crianças. Pense: você acha legal falar mal do seu pai ou da sua mãe? Não, né.
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Conflitos
Nunca discuta com as crianças. Releve, conte até mil mas não entre no jogo. Lembre-se de quem é o adulto da história. Converse sobre o episódio com o seu parceiro, peça ajuda e resolvam juntos o que fazer.
Por último, ame como se fossem seus filhos mas não espere esse sentimento de volta. Talvez até volte, mas demore um tempo. Por fim, gostaria de dizer que somos felizes e temos nossos dias de conflitos como qualquer família. Mas descobrimos que, juntos, tudo fica mais fácil.