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The Voice Brasil e The Voice Kids

Cantores gaúchos contam como os CTGs influenciaram na formação artística 

Entre os pontos altos de artistas gaúchos que se destacam em realities de música, está a intensa convivência com o tradicionalismo

29/04/2019 - 06h30min


José Augusto Barros
José Augusto Barros
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Júlio Cordeiro / Agencia RBS
Luiza já ganhou 91 troféus

Há pouco mais de duas semanas, Luiza Barbosa, 12 anos, não conseguiu vencer a final do The Voice Kids, vendo Jeremias Reis, do Espírito Santo, levar o troféu do reality. Porém, nas apresentações da gaúcha, que foi um dos grandes destaques do programa, o que chamava a atenção do público era a extrema segurança que mostrava no palco. Com “cancha” de gente grande, ela tem experiência que vem de dois dos berços mais importantes da cultura gaúcha: os CTGs e os festivais nativistas. 

Luiza, única integrante de sua família que enveredou para o meio musical, começou a dançar aos sete anos, no CTG Guapos Do Itapuí, em Campo Bom. Naquela época, passou a declamar e a cantar música nativista, caminho que a levou a participar de festivais nativistas e rodeios. 

— Desde cedo, os festivais me ajudaram demais na expressão corporal. Meu pai (Geonei) passou boa parte da vida dançando em invernada. Quando eu tinha cinco ou seis anos, ele me levou para conhecer o Guapos. Comecei dançando, declamando e nunca mais parei —conta Luiza, 12 anos, que já faturou incríveis 91 troféus em festivais nativistas. 

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Benefícios vão além 

Júlio Cordeiro / Agencia RBS
Para Léo Pain, convivência em um CTG traz benefícios

Porém, começar a trajetória artística em um CTG não traz só benefícios para a carreira, mas para o crescimento da criança como um todo. Quem sustenta a afirmação é outro artista criado em galpão, em CTG e em festivais nativistas: Léo Pain, vencedor da edição 2018 do The Voice Brasil. Conforme o gaúcho, outro grande vencedor de festivais, a convivência dentro de um CTG traz benefícios para os pequenos:

— Tu aprende a viver em grupo, isso é fundamental para o crescimento da criança, e aprende a ter disciplina desde pequeno.

Na parte musical, Léo observa que os pequenos artistas aprendem, desde cedo, a lidar com várias barreiras que surgirão logo adiante.

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— Nos concursos de intérprete solista vocal, a criança tem que decorar uma música cover e aprender a lidar com jurados e com a plateia. Ela sai preparada dali, e também se acostuma com o clima de competição — sustenta o cantor, 34 anos.

Léo comenta, ainda, que performances como a de Luiza Barbosa no The Voice Kids são exemplos práticos desses benefícios. Ele diz que as experiências em CTGs e em festivais deram para Luiza a “exata noção do que poderia fazer no palco”.

— A firmeza dela, em momentos complicados de uma apresentação ao vivo, impressiona. Crescendo em CTG e em festival, tu sabes como mexer com o público. Acho que é por isso que vemos vários “kids” com origem em CTGs e festivais se destacando tanto — acredita Léo.

Aos seis anos, já era campeão

Festa da Uva 2019 / Divulgação
Thomas foi para o CTG por influência do irmão

Outra figurinha querida dos gaúchos, o vencedor do The Voice Kids 2017, Thomas Machado, foi levado para os CTGs por influência do irmão mais velho, Eduardo, hoje com 18 anos, que começou a frequentar cavalgadas organizadas pelos centros tradicionalistas. Para vencer um festival nativista, foi um passo. Aos seis anos, o pequeno venceu o Ronco do Bugiozinho, versão infantil do tradicional Ronco do Bugio. 

— Foi um grande aprendizado para criar confiança e não ter medo dos palcos — pontua Thomas, hoje com 11 anos.

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