Alvo no futuro
Alunos de projeto que oferece aulas gratuitas de tiro com arco ganham destaque em competições nacionais
Objetivo dos atletas, vindos de escolas públicas de Cachoeirinha, é representar o Brasil em Olimpíadas
Cada flecha disparada pelos jovens do projeto Alvo no Futuro, de Cachoeirinha, é semelhante aos objetivos que eles traçam: tem rumo certo. Mesmo praticando um esporte pouco popular no país, o tiro com arco, a vontade de representar o Brasil em uma Olimpíada é tão grande quando a de acertar a flecha no alvo.
Apesar de ter ser criado em 2013, o Alvo no Futuro ganhou força – e o nome que carrega hoje – em 2016, quando recursos do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) foram usados pela prefeitura para fortalecer a iniciativa. O tiro com arco não é um esporte barato. Uma versão simples do instrumento de disparo custa em média R$ 1 mil, como explica o técnico, Cristiano Zarichta.
– Eu iniciei as aulas por conta. Chegou ao conhecimento da prefeitura, que, com a vinda dos recursos do COB, resolveu aplicar neste esporte. Hoje, atendemos cerca de 60 alunos no contraturno escolar – explica o técnico.
As equipes são divididas em três regiões da cidade, chamadas de núcleos. Cada grupo treina uma vez por semana. Os alunos que se destacam passam a fazer parte da equipe de alto rendimento. Estes treinam todos os dias da semana – exceto domingo – na Casa de Cultura Demósthenes Gonzalez.
– É uma honra saber que os alunos do projeto e a própria cidade estão sendo reconhecidos – diz o prefeito, Miki Breier.
Empenho que dá resultado
O barulho incessante das flechas cortando o vento e cravando no alvo, ato repetido diariamente pelos alunos do grupo de alto rendimento, já tem trazido resultados. Atualmente, 17 jovens estão na equipe. Entre 2017 e 2018, o time já ganhou destaque no cenário nacional.
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– Em 2016, estávamos começando como o projeto público. Mas já no ano seguinte conquistamos algumas modalidades no campeonato brasileiro, o que se repetiu em 2018.
Hoje campeões, os jovens que participam do projeto nunca tinham se imaginado como atletas. Vencedor nas modalidades individual masculina, dupla mista e equipe em 2017 – todas na categoria infantil –, Luís Henrique Caamano, 15 anos, conheceu a iniciativa por acaso.
– Minha mãe mandou eu ir no mercado. Um amigo que já fazia aulas foi comigo e, no caminho, encontrou o professor. Fiquei interessado e vim participar. Acabei me apaixonando – recorda Luís.
Objetivos
Companheira de Luís na vitória de dupla mista em 2017, Luiza Canabarro, 14 anos, também ficou com o terceiro lugar na modalidade individual feminina infantil daquele ano. A jovem conheceu o projeto por meio de um cartaz que divulgava o esporte.
– Meu objetivo é ser uma treinadora. Seria incrível ensinar este esporte para mais pessoas – projeta ela.
O atual campeão brasileiro da categoria cadete é Rafael de Lima Roxo, 17 anos. Além desta conquista, ele também estava no grupo campeão da categoria por equipes.
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– A gente se dedica intensamente para chegar ao objetivo máximo, que é participação em uma Olimpíada. Quem sabe, conquistar uma medalha – torce ele.
A edição deste ano do campeonato brasileiro será em setembro.