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Do Porto Seco para o México: judoca precisa de ajuda para participar de campeonato

Morador da vila Vitória da Conquista, na zona norte da Capital, Claiton Farias, de 14 anos, precisa arrecadar, até o final de outubro, R$ 10 mil

26/08/2019 - 10h35min

Atualizada em: 26/08/2019 - 12h21min


Arquivo pessoal / Arquivo pessoal
No Brasileiro de Judô, manino levou o ouro

Foi aos oito anos de idade que a vida do estudante Claiton Farias, 14 anos, morador da vila Vitória da Conquista, próximo ao Porto Seco, na zona norte da Capital, mudou por completo. 

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Isso porque sua mãe, Cláudia Farias, 40 anos, sem ter com quem deixar o filho no turno inverso à escola, e temendo que passasse o período ocioso pelas ruas da comunidade, decidiu matriculá-lo no Serviço de Apoio Socioeducativo (Sase) Eugênia Conte, no bairro Rubem Berta. Na instituição, o guri passou a ter contato com um esporte muito diferente dos que estava acostumado a praticar: o judô. 

Mudanças 

Desde então, seis anos se passaram, e a decisão despretensiosa de Cláudia de encontrar uma ocupação para o filho tomou rumos que ela não esperava. Hoje, as atividades de Claiton começam às 7h, quando sai para o colégio, e terminam apenas às 22h30min, quando retorna para casa. 

Ele garante que a rotina é puxada, mas o esforço para se tornar judoca tem rendido bons frutos: devido ao destaque que obteve no esporte, dos tatames do projeto social do Rubem Berta, ele passou a treinar de forma gratuita, como bolsista, no Grêmio Náutico União — clube credenciado junto à Confederação Brasileira de Judô —, já ganhou dezenas de competições estaduais e foi medalha de ouro no Campeonato Brasileiro de Judô Sub-15. 

Dificuldades 

Com a vitória no Brasileiro, Claiton conquistou uma vaga para representar o Brasil no Campeonato Pan-Americano de Judô Sub-15, que deve ocorrer entre os dias 2 e 3 de novembro, no México, em cidade a ser definida. 

Porém, foi aí que as dificuldades começaram: com o salário mínimo (R$ 998) que ganha como auxiliar de produção, Cláudia não tem como pagar pelas despesas da viagem do filho para participar da competição. Diante do impasse, a mãe decidiu criar uma vaquinha online. O objetivo é arrecadar, até o final de outubro, R$ 10 mil. Contudo, até ontem, a campanha havia obtido apenas R$ 600. 

— Estou correndo atrás, pois me sinto obrigada a fazer a minha parte. Meu filho fez a parte dele e ganhou um campeonato super difícil para garantir essa vaga. Agora, cabe a mim batalhar para que ele possa realizar esse sonho. Não vou desistir, porque o Claiton é um menino muito esforçado, que pega quatro ônibus todos os dias para ir treinar. Ele merece muito e vou fazer de tudo para que consiga — diz a mãe, Cláudia. 

Orgulho para a vila 

Segundo Cláudia, hoje o filho é motivo de orgulho não só para a família, mas para toda a comunidade. Diante da trajetória de Claiton, a mãe se mostra emocionada: das ruas da Vila Vitória da Conquista, marcada por disputas entre facções do tráfico de drogas, o guri pode, agora, representar o Brasil no Exterior, por meio do esporte. 

— Para mim, isso é a prova de que não é porque moramos em uma vila que não podemos conquistar o que quisermos. Eu sempre ensinei isso ao meu filho. Muitos amiguinhos dele, hoje, se perderam e seguiram por caminhos ruins. Me sinto feliz que ele esteja seguindo esse caminho do esporte e espero que sirva de exemplo para outros meninos da comunidade — declara Cláudia, que conta com a solidariedade para custear as despesas do campeonato. 

COMO AJUDAR 

/// Você pode fazer doações na vaquinha online.

Produção: Camila Bengo 



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