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Finalização de ginásio em escola de Gravataí ficou na promessa

Com previsão de conclusão para julho deste ano, a quadra esportiva na Escola Municipal Professora Olenca Valente não tem data para ser inaugurada

06/08/2019 - 10h11min


Tadeu Vilani / Agencia RBS
Diretora Ana reclama de descaso em relação à escola

Quando, em 2015, a professora Ana Catarina Ferreira da Silva, 55 anos, assumiu a diretoria da Escola Municipal Professora Olenca Valente, de Gravataí, sentiu-se animada ao planejar os usos para o novo empreendimento que a instituição inauguraria naquele ano: um ginásio novinho em folha. 

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Iniciada em 2014, a obra, tão aguardada pelos cerca de 540 alunos da Olenca Valente, viria para substituir a velha cancha de areia da escola por um espaço moderno e adequado para diferentes práticas esportivas. Os trabalhos estavam previstos para serem concluídos no ano seguinte. Contudo, foi justamente em 2015 que a construção parou e, até hoje, não foi terminada. 

— Eu imaginava que seria muito bom. Estava feliz, pois recém havia assumido a direção e já teria um ginásio para inaugurar. Estava cheia de planos para utilizar o espaço, mas, no fi m, ficou só no sonho — conta a diretora. 

Promessas 

Em 17 de abril deste ano, o Diário Gaúcho mostrou a situação do ginásio da Olenca Valente. À época da reportagem, a Secretaria Municipal de Educação (Smed) de Gravataí atribuiu a paralisação das obras a atrasos nos repasses do governo federal. O contrato com a antiga construtora também teria sido rescindido em 2016, apontando a necessidade de uma nova licitação e atrasando a finalização. 

“Descaso” 

Em abril, a Secretaria informou que a construção deveria ser concluída até o final de julho. Porém, segundo a direção, a previsão ficou só na promessa. 

— Apareceram umas cinco pessoas para trabalhar na obra, mas aos poucos foi diminuindo o número de funcionários, até que não veio mais ninguém. Isso durou uns 30 dias e, depois, a empresa retirou todos os equipamentos e não retornou — relata Ana. 

Segundo a diretora, a escola não recebeu qualquer esclarecimento da prefeitura sobre a nova paralisação. Diante da situação, Ana sente que o trabalho feito pela equipe é desvalorizado. 

— Em nenhum momento a prefeitura entrou em contato. Eu perguntei sobre a quadra em vezes que estive na Smed, mas de modo informal. Me sinto chateada, pois acho que isso é um descaso com o trabalho que estamos fazendo na escola. 

Tadeu Vilani / Agencia RBS
Estrutura deixada pela metade

Educação Física prejudicada

— Assim como eu, enquanto professora, preciso ter um quadro negro na sala de aula para lecionar, o professor de Educação Física também precisa de um espaço adequado para poder trabalhar — afirma a diretora Ana. 

Márcia Malfatti, 46 anos, que leciona a disciplina de Educação Física, confirma que as atividades foram prejudicadas. Com o início da obra, a maior parte do pátio ficou destinada a abrigar o ginásio, e está interditada. Agora, Márcia precisa dar aulas em um local pequeno e sem cobertura, dependendo, ainda, do clima. 

— Normalmente, procuro trabalhar vários esportes durante o ano. O que acontece, agora, é que não consigo realizar alguns jogos, porque não há espaço. Os alunos também acabam nem tendo noção do tamanho de uma quadra, com suas linhas e medidas. Só conhecem esse espaço pequeno que temos. Além disso, esse local fica muito próximo às salas de aula. Então, temos que cuidar com o barulho, para não atrapalhar. Com o ginásio pronto, poderemos ter uma aula bem melhor. 

A professora Márcia conta que é comum receber perguntas dos alunos sobre o ginásio, que é desejado por todos. Sem poder fazer nada para mudar esse quadro, ela se sente desmotivada: 

— Há alunos que já saíram da escola e não viram o ginásio ficar pronto. Se eu pudesse, já teria acabado essa obra há muito tempo, pois a Educação Física é o único momento que os alunos têm para praticar esportes, eles aguardam ansiosos pela aula. Para mim, é muito frustrante não conseguir oferecer uma aula melhor, por motivos que fogem à minha alçada.

Tadeu Vilani / Agencia RBS
Banheiros se deteriorando

Sem previsão para conclusão

A prefeitura de Gravataí informou que a previsão de finalização da obra até julho, informada à reportagem em 17 de abril, não ocorreu porque “a empresa não cumpriu as disposições contratuais previstas com relação aos cronogramas apresentados e, por isso, o contrato venceu em 3 de julho e não foi renovado”. 

Informou, ainda, que “a obra encontra-se paralisada e está sendo realizada a elaboração de nova planilha orçamentária para a conclusão e, só assim, poderá ser contratada uma nova empresa”. 

Segundo a prefeitura, após a contratação da construtora, a obra deverá ser concluída em até 120 dias. Contudo, não foi informado prazo para que a contratação ocorra e os trabalhos sejam reiniciados. 

Segundo a prefeitura, o ginásio está 60% concluído, e o investimento total passa dos R$ 580 mil. Para a inauguração, faltam os serviços de fechamento da cobertura com telhas, pintura, conclusão do fechamento com elementos vazados, instalação de alambrado e dos equipamentos esportivos e conclusão das instalações elétricas. 

Produção: Camila Bengo



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