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MEDIDA REPROVADA

Estudantes e professores protestam contra enturmações nas escolas estaduais

Já há relatos da unificação de turmas da rede estadual do Rio Grande do Sul. Comunidade escolar têm se mostrado contrária às mudanças

10/10/2019 - 05h00min


Jéssica Britto
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Fernando Gomes / Agencia RBS
Protesto em frente ao Colégio Estadual Júlio de Castilhos, nesta terça-feira (8)

A unificação de turmas em escolas estaduais, também chamada de enturmação, está motivando uma série de protestos de professores e estudantes. Nesta terça-feira (8), a comunidade escolar do Colégio Júlio de Castilhos, na Capital, realizou uma manifestação contra a medida. O grupo saiu em caminhada da frente do prédio da instituição até a sede da 1ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), a fim de mostrar contrariedade ao procedimento. Nesta quarta-feira (9), foi realizada uma nova ação, desta vez saindo da Escola Técnica Parobé, onde também ocorreriam mudanças, até o Ministério Público.

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Segundo a presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Porto Alegre (Umespa), Vitória Cabreira, no Colégio Julinho o agrupamento envolveria nove turmas.

– Oito professores perderam carga horária ou foram transferidos. Para nós, a enturmação é o princípio do fechamento de escolas – declarou.

A alteração atingiria turmas de vários anos do Ensino Médio da escola. Uma delas já estaria funcionando nos novos moldes. Ana Souza, 18 anos, aluna do 3ª ano, diz que o processo pode atrapalhar o andamento das aulas.

– Vêm alunos de outras turmas, que estão em um ritmo diferente do nosso. Além disso, estamos para nos formar e com tudo organizado para nossa formatura, sem termos previsto esses outros colegas – explicou.

Em Canoas, há duas semanas a direção da Escola Estadual Cristóvão Colombo foi comunicada pela CRE sobre a necessidade de enturmação. Por consequência, duas turmas de 2º ano do Ensino Fundamental, uma do turno da manhã e outra da tarde, passaram a estudar juntas à tarde. Cada uma tinha cerca de 13 alunos, agora, está com 27. 

– Ficou uma turma grande, ainda mais para quem está em processo de alfabetização – declarou a vice-diretora Kuely Ramos.

A Escola Estadual Cândido José de Godói, no bairro Navegantes, em Porto Alegre, também passaria pela mudança, mas se mobilizou e conseguiu reverter a decisão junto à Secretaria Estadual de Educação (Seduc).

"Para otimizar recursos", argumenta a Secretaria de Educação

A Seduc informa que, ao longo de todo o ano, vem realizando estudos para a avaliação das necessidades da rede pública de educação do Rio Grande do Sul. Atualmente, está em construção a previsão de demanda para 2020, com a realização de estudo do número de alunos e professores conforme necessidade para o próximo ano. 

Os processos de gestão realizados pela Secretaria têm o objetivo de otimizar os recursos das escolas diante do número de alunos matriculados. A Seduc informa, ainda, que o Estado tem interesse em parcerias com os municípios para a oferta do Ensino Fundamental 1 (1º ao 5º ano), mas não há definições até o momento.


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