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Seu Problema é Nosso

Pais e alunos bloqueiam portão de escola na Capital na qual esgoto verte de rachaduras de muro

Familiares de estudantes querem documento que comprove segurança da escola; Smed diz que não há riscos

28/11/2019 - 08h47min


Vitor Rosa
Vitor Rosa
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Vitor Rosa / Agência RBS
Mesmo na chuva, comunidade escolar se aglomerava em frente à instituição

Pais de alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental América, no bairro São José, em Porto Alegre, bloquearam a entrada da instituição na manhã de ontem. Eles pediam um documento da Secretaria Municipal da Educação (Smed) que atestasse a segurança de um muro que divide o colégio de pátios de vizinhos. A estrutura apresenta grandes rachaduras e esgoto escorrendo. 

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Procurada por GaúchaZH, a pasta garantiu que não há riscos para a escola. Disse também que as rachaduras não aumentaram, contrariando o relato de vizinhos. Também informou que o conserto está orçado em R$ 25 mil e que aguarda liberação do recurso para contratar a empresa que fará o serviço. Os pais, no entanto, exigiam um papel com as informações. 

— Queremos uma resposta para o que está acontecendo. Queremos um documento, não adiantam palavras. Palavras se perdem ao vento e, se uma tragédia acontecer, ninguém vai se responsabilizar — criticou Leonor Martins, mãe de dois alunos. 

Aula suspensa 

Mesmo na chuva, alunos e pais se aglomeraram em frente ao portão, ao redor de uma faixa preta que simbolizava o bloqueio da escola. Protegidos por guarda-chuvas, seguravam uma faixa onde estava escrito “Conter o barranco, manter a vida”. 

Acompanhados dos alunos, os manifestantes cantavam: “Não adianta reclamar se o muro desabar”. Nas mãos, batiam colheres de madeira em panelas. Um carro de som foi emprestado por uma moradora. 

A diretora, Joselaine Marques, informou que não houve aulas pela manhã em função do protesto. 

— Passamos o entendimento da Secretaria para a comunidade, mas eles dizem que, enquanto não houver laudo, não sairão — disse a diretora na manhã de ontem. 

Ela afirmou ainda que o protesto foi organizado pela comunidade, sem participação direta de professores ou sindicatos. 

Diretora solicitou laudo

As manchas, o cheiro forte e a presença de moscas denunciam que é esgoto o líquido que vaza de uma das paredes da escola. O destino da sujeira é o pátio de vizinhos. O problema já existe há seis anos, mas agora surgiu outro temor: de que o muro da instituição desmorone. 

Vitor Rosa / Agência RBS
Segundo professores, fissuras cresceram com o tempo

O colégio fica em uma área íngreme e em nível mais alto do que outras casas. O muro divide o pátio da instituição de quatro moradias. 

Segundo a direção do colégio, o problema de esgoto foi repassado para a Smed, mas jamais resolvido. Na parede, apareceram pequenas rachaduras, segundo os professores. Nos últimos anos, dizem eles, cresceram e agora superam até o tamanho da mão de um adulto. 

Com medo de que uma tragédia, a diretora Joselaine já havia pedido um laudo que atestasse a segurança dos mais de 500 estudantes, entre o 1 º e o 9 º ano do Ensino Fundamental. 

— Temos reclamações constantes da comunidade de esgoto correndo para dentro das suas casas. A gente aguarda um laudo técnico que nos garanta que há possibilidade de manter as aulas com segurança — declarou a diretora em reportagem publicada na terça-feira.

"Medo de que tudo desbarranque"

Ainda de acordo com a diretora Joselaine, os engenheiros da prefeitura já estiveram no local e fi zeram três intervenções orientadas: limpeza da fossa, em duas ocasiões, e realização de hidrojateamento. Entretanto, as ações não teriam abrangido uma parte do muro que é rente a um trecho do pátio da instituição, mas que fica abaixo do nível do restante da escola. Por esse motivo, o esgoto segue escorrendo por ali e há presença de moscas ao redor, que invadem com frequência o refeitório escolar. 

Vitor Rosa / Agência RBS
Bancos e cordas de pular agora interditam entrada das fossas

O conselho da instituição de ensino avisou ainda na segunda-feira os demais estudantes sobre o problema. Por enquanto, as aulas estão mantidas, mas o muro virou o assunto predominante entre os alunos. Devido às recentes intervenções paliativas, os blocos de concreto que tampam a entrada das fossas foram interditados de maneira improvisada pelos professores. Os bancos coloridos, que antes serviam aos alunos, agora estão impedindo que algum deles pise sobre a estrutura que ainda não foi concretada. Junto aos bancos, cordas —que antes eram usadas para as crianças pularem — foram amarradas aos encostos. 

— Meu medo é de que isso tudo caia e desbarranque. Não temos nem noção se a situação da escola é segura ou não — declarou a professora de Matemática Lucile da Rosa Pereira. 

GaúchaZH mostrou situação da escola

A escola fica em uma área íngreme da cidade e em nível mais alto que outras casas. O muro divide o pátio da instituição com outra quatro moradias, entre um beco. Há cheiro forte de esgoto escorrendo das paredes e fissuras grandes.

De acordo com a direção, o transtorno envolvendo o esgoto já existe há seis anos e a situação foi repassada para a Smed, mas jamais resolvida.

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