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Brasil tem 60 casos confirmados de coronavírus

Ministério da Saúde também informou, na manhã desta quinta-feira, que número de casos suspeitos é de 930

12/03/2020 - 15h36min


GZH

O Brasil tem atualmente 60 casos confirmados de infecção por coronavírus. Em coletiva de imprensa realizada no final da manhã desta quinta-feira (12), em Brasília, o Ministério da Saúde divulgou também que são 930 os casos suspeitos. Há casos confirmados pelo país que ainda não entraram na lista oficial do governo federal.  

 O Rio Grande do Sul contabiliza quatro casos confirmados da doença: dois em Porto Alegre, um em Campo Bom e um em Caxias do Sul.

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A partir da próxima semana, será concluída a capacitação de laboratórios em todos os Estados para a realização dos exames de confirmação da covid-19.

Na semana que vem, também estarão abertas as inscrições para o programa Mais Médicos direcionado ao combate à disseminação do coronavírus. A expectativa é de que os profissionais estejam trabalhando nos postos de saúde a partir de 7 de abril. Serão priorizados capitais e grandes centros urbanos. Para a contratação de mais de 5 mil médicos, serão destinados R$ 1,2 bilhão. Quase R$ 1 bilhão será direcionado para cobrir os gastos com a ampliação do horário de atendimento das unidades de saúde.

João Gabbardo dos Reis, secretário-executivo da pasta, comentou que essas ações representam uma mudança de prioridade:

— Vamos deixar de colocar tanto foco nos números. A nossa preocupação começa a ser a assistência.

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Wanderson Oliveira, secretário de Vigilância em Saúde do ministério, detalhou as medidas que devem ser seguidas para isolamento e eventual quarentena. Portaria publicada nesta quinta-feira (12), com o objetivo de deter a disseminação do vírus, prevê que um indivíduo pode ter de ser isolado, por indicação de um agente da vigilância epidemiológica, enquanto seu caso estiver sob avaliação. O texto regulamenta a lei 13.979, de 2020, que já previa a possibilidade dessas medidas durante a situação de emergência pelo novo vírus. Faltava, porém, definir como seriam aplicadas.

Hoje não discutimos a possibilidade de fazer bloqueios sanitários através de voos, navios, fronteiras secas. Não existe nenhuma orientação do ministério neste sentido. Isto é para sempre? Não sei.

JOÃO GABBARDO DOS REIS

Secretário-executivo do Ministério da Saúde

Agora, a regra define que o isolamento pode ser determinado por meio de prescrição médica ou recomendação de agente de vigilância por 14 dias, podendo chegar a 28 dias, a partir do resultado de exames. A preferência é para que o isolamento seja em casa. A medida, porém, depende do estado clínico do paciente. Casos mais graves devem ficar em isolamento hospitalar. Recusas por parte de pacientes, orientou Wanderson, serão comunicadas às autoridades competentes.

Vimos o que aconteceu na China, mas os italianos não tiveram tempo de fazer isso. Eles foram pegos de surpresa. Nós estamos tendo tempo para planejar um pouco mais, o que nos deixa com uma certa vantagem.

JOÃO GABBARDO DOS REIS

Secretário-executivo do Ministério da Saúde

Gabbardo não quis comentar o exame com resultado positivo do secretário de Comunicação do governo federal, Fábio Wajngarten, que retornou de viagem aos Estados Unidos na companhia do presidente da República, Jair Bolsonaro – o presidente está sendo monitorado.

– Não temos nenhuma informação sobre os exames do Fábio, muito menos do presidente – declarou o secretário-executivo. 

Gabbardo abordou a rapidez das mudanças de cenário, o que impede que se tomem atitudes ou que se façam previsões com muita antecedência. Sobre possíveis restrições de movimentação, ele disse que não há orientação sobre isso no momento:

– Hoje não discutimos a possibilidade de fazer bloqueios sanitários através de voos, navios, fronteiras secas. Não existe nenhuma orientação do ministério neste sentido. Isto é para sempre? Não sei.

Após o questionamento de um jornalista, Gabbardo comparou a situação pela qual está passando a Itália com o panorama brasileiro:

– A Itália é um país com 60 milhões de habitantes, muitos idosos, uma área territorial bem menor do que a do Brasil e um bom sistema de saúde. Vimos o que aconteceu na China, mas os italianos não tiveram tempo de fazer isso. Eles foram pegos de surpresa. Nós estamos tendo tempo para planejar um pouco mais, o que nos deixa com uma certa vantagem.


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