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Seu Problema é Nosso

Em tempos de pandemia, falta de água provoca transtornos em Gravataí

Moradora do bairro Santa Cruz reclama das oscilações no abastecimento

02/04/2020 - 18h01min


Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Relógio que mede vazão de água fica boa parte do dia parado

Abrir a torneira e não sair uma gota de água não surpreende mais a professora Sônia Corrêa, 56 anos. Moradora da Rua Vasco da Gama, no bairro Santa Cruz, em Gravataí, ela conta que há anos convive com a constante falta de água. O fornecimento na região é responsabilidade da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan).

– Resido no mesmo endereço há 15 anos e sempre enfrentei a falta de água, ano após ano. No verão, em janeiro e fevereiro, é muito frequente. Mas, durante o ano todo, minha família e eu racionamos para não ficarmos sem, pois às vezes falta. Só que, agora, a situação é mais crítica, precisamos para tomar banho, lavar as mãos, lavar louças e roupas, e não temos – relata a professora.

A preocupação de Sônia sobre a falta do líquido tem relação com a principal recomendação de higiene para prevenir o contágio pela doença covid-19, que é lavar as mãos com água e sabão.

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– Quando chego da rua, a primeira coisa que confiro é se tem água para tomar banho. Quando tem, começa a correria para fazer tudo: limpeza, banho e comida – relata Sônia.

Frustação

Ela conta que, no domingo passado, após quase um dia inteiro sem água, o fornecimento voltou à noite e, novamente, faltou durante a madrugada. Segundo Sônia, a grande frequência da falta acontece desde 14 de março:

– Já nos acostumamos com a situação, mas é sempre assim, oscilação durante o dia, aí quando chego em casa, após o trabalho, nem um banho consigo tomar. Já protocolei reclamações, mas nunca houve solução definitiva.

De acordo com a professora, sua casa possui duas caixas-d’água ligadas à rede da Corsan. A solução, segundo ela, seria a instalação de um poço artesiano:

– Tenho vizinhos que passam pela mesma situação e, por isso, alguns fizeram o poço artesiano. Mas, hoje, não posso pagar para perfuração e instalação. O serviço custa, em média, R$ 4 mil.

“Manobras operacionais” são a causa

A Corsan afirma que o abastecimento está normalizado. Segundo a companhia, o bairro de Sônia é abastecido pelo sistema de reservação do Ciprestes, “cujo baixo nível dos últimos dias exigiu a adoção de manobras operacionais”. Desta forma, a Corsan explica que realizou essas operações no turno da tarde, o que justifica as oscilações no abastecimento nesse período.

Conforme a companhia, a “ação visou garantir o fornecimento de água nos horários de maior consumo, em especial, pela manhã e à noite”. A empresa ainda destaca que a maior permanência dos clientes em casa, por causa da quarentena, associada às altas temperaturas, tem aumentado significativamente o consumo de água.

Além disso, para minimizar os impactos da pandemia no Estado, a Corsan reforça que dará isenção aos clientes de tarifa social pelos próximos 90 dias, suspendeu os cortes por não pagamento nos próximos 60 dias e cancelou a atividade da leitura em campo pelo prazo de 15 dias. Por conta disso, a Corsan enviará faturas pela média dos últimos 12 meses e encaminhará aos clientes pelos Correios e por meios eletrônicos. A empresa afirma que há a possibilidade do pagamento por meio do débito em conta e reforça a importância do pagamento regular, uma vez que multas e juros sobre atrasos continuam em vigor.

Dúvidas e esclarecimentos podem ser obtidos no site da companhia.

Produção: Caroline Tidra

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