Para evitar aglomerações
Restaurantes populares de Porto Alegre passam a oferecer refeições em marmitas
Serviço no local está mantido, mas os usuários que têm essa possibilidade podem levar a comida para casa
Desde o início das ações para evitar a propagação do coronavírus, os dois restaurantes populares de Porto Alegre, que servem refeições gratuitas a pessoas vulneráveis e em situação de rua, passaram a trabalhar com o sistema de marmitas. A medida foi tomada para reduzir o número de frequentadores que circulam nos salões dos restaurantes, que ficam no Centro e na Vila Cruzeiro. As pessoas que possuem algum lugar para ficar podem levar sua refeição.
Os demais seguem sendo atendidos nos restaurantes. Porém, a lotação máxima é de três pessoas por mesa – antes, era de até 10. Foram colocadas pias para a higienização das mãos e álcool gel está disponível.
– A limpeza dos banheiros e das mesas também foi intensificada – explica Carolina Breda Resende, coordenadora da Unidade de Segurança Alimentar da Secretaria de Desenvolvimento Social e Esporte.
Segundo Niles Kael, presidente da Associação Beith Shalom, responsável pela administração dos locais, no restaurante da Cruzeiro, cerca de 90% dos frequentadores utilizam a marmita.
– Lá, o público é diferente da unidade do Centro. Temos muitos aposentados, pessoas que, no geral, têm para onde levar essa comida. Então, eles aderiram mais à marmita. Já na unidade da Rua Garibaldi, há mais pessoas em situação de rua. Então, cerca de 50% dos usuários ainda fazem a refeição no local – explica.
Outra medida adotada é a orientação para que os idosos, que fazem parte do grupo de risco para o coronavírus, sejam atendidos logo que o restaurante abre.
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– Estamos trabalhando para seguir todas as orientações oficiais de prevenção – diz Niles.
Movimento
Nas últimas semanas, o movimento no restaurante do Centro manteve-se estável – são servidas 300 refeições por dia. Na Cruzeiro, porém, a procura aumentou – o número de almoços passou de 150 para 200.
– Nos bairros, a população fica mais vulnerável às mudanças que a crise causa – explica Carolina.
Outro papel desempenhado por quem trabalha nos locais é o da informação.
– Observamos que, no geral, o público dos restaurantes sabe o que está acontecendo e a importância da prevenção, pelo menos o mínimo. Para aqueles que não sabem, nós reforçamos – diz Niles.
Cartazes com orientações foram colocados nos locais, e os funcionários têm máscaras e luvas à disposição. A capital possui dois restaurantes populares, batizados de Prato Alegre. Um fica no Centro, na Rua Garibaldi, 461. O outro está localizado na Rua Dona Otília, 210, na região da Vila Cruzeiro. As refeições são distribuídas gratuitamente a pessoas com cadastro na Fasc.