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Seu Problema é Nosso

Ideias fora do papel: professor de Alegrete conta como inovou nas aulas remotas de Artes

Anderson Souza, 43 anos, escolheu uma abordagem diferente para aplicar as teorias da disciplina

26/11/2020 - 10h00min

Atualizada em: 26/11/2020 - 10h05min


Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Anderson e, ao fundo, a impressora 3D

Lecionar à distância têm sido um desafio para educadores na pandemia. A sala de aula, agora, é uma sala virtual, que impõe diversas dificuldades, principalmente em atividades práticas. Por isso, professores precisaram encontrar novas formas de atrair a atenção dos alunos. 

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O professor de Artes Anderson Souza, 43 anos, do Colégio Divino Coração, de Alegrete, decidiu usar uma abordagem com objetos produzidos em uma impressora 3D nas aulas remotas. Ele, que mora em Santa Maria, procurou o Diário Gaúcho para contar como conseguiu driblar a falta de um laboratório para a aplicação de conteúdos – que, antes, eram debatidos e trabalhados em sala de aula. 

– Foi grande a mudança do ambiente escolar para o remoto. Muitos professores tiveram que produzir até mais conteúdos do que já era de costume. Pensando em agregar ideias novas às aulas, tenho desenvolvido estudos relacionados à impressão 3D, e a participação dos alunos está me surpreendendo – detalha o professor, que possui uma impressora 3D. 

Entre personagens de quadrinhos, super-heróis e dinossauros, Anderson consegue aplicar a teorias da história da Arte e colocar ideias em prática. Além disso, o professor explica que incentiva os estudantes a viabilizarem o que precisam para a produção de atividades em casa.

– O desempenho em outras atividades tem sido incrível, como nas colagens dos alunos do Ensino Médio – conta o educador, que leciona do 5º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Médio. 

Descobertas

Segundo o professor, o uso de ferramentas diferentes pode contribuir na manutenção das aulas e na esperança de dias melhores, levando em consideração que o momento atual tem sido complicado para a aplicação dos conteúdos. 

– Durante as atividades, me mantenho atualizado com os alunos sobre os personagens de games e de histórias em quadrinhos que eles gostam e, com isso, a interação estudante e professor se torna positiva e compartilhada, pois eles conseguem ver os resultados das sugestões nos bonecos impressos – relembra.

Um dos pedidos de impressão que destaca é de um aluno autista, que sugeriu o Batman do futuro: 

– Eu achava que nem existia, mas consegui o modelo e imprimi. Durante a aula, falo sobre os detalhes do objeto, qual programa utilizo para fatiamento e processos. A arte tem muita influência nas nossas vidas, nos produtos, e eu consigo mostrar isso a eles. 

Investimento

O contato de Anderson com o design de produtos na indústria, antes da formação em Artes, também teve influência na hora do investimento. Tanto a máquina quanto o material das impressões são custeados pelo professor para fins educativos. Conforme Anderson projeta, quando houver o retorno das aulas presenciais, ele pretende expor os objetos impressos em um laboratório da escola. 

Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Um personagem impresso

 Como funciona a impressora 3D

Não é preciso ser engenheiro para tirar do papel ou da tela do computador uma ideia. Para quem possui uma impressora 3D, é possível acessar a uma biblioteca de desenhos prontos para baixar e imprimir em sites específicos na internet. 

O fio plástico usado na impressão tem formato cilíndrico é comercializado em rolos coloridos. Segundo o professor Anderson, cada um custa R$ 150 e pesa um quilo. O material rende várias impressões, de cerca de 40cm de altura, com ou sem preenchimento. O objeto é impresso sobre um plataforma, em camadas. 

Conta para nós, professor!

E aí, professor, você também teve uma ideia criativa para as aulas remotas? Nós queremos mostrar aqui no Diário Gaúcho a sua forma de driblar as adversidades e desafios! Entre em contato com a redação pelo e-mail atendimento@diariogaucho.com.br ou pelo WhatsApp (51) 99759-5693.

Produção: Caroline Tidra

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