Entrevista ao "Atualidade"
Início do segundo semestre na rede estadual será de aulas remotas e com rodízio de alunos em sala de aula
Retorno de 100% dos estudantes ocorrerá de forma gradual e com segurança sanitária, destaca secretária estadual de Educação, Raquel Teixeira
Um segundo semestre letivo com aulas presenciais ainda não será possível nas escolas estaduais do Rio Grande do Sul. Ao menos não a todas as 2.377 instituições, conforme avaliação da secretária estadual de Educação, Raquel Teixeira. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta sexta-feira (23), a titular da Seduc afirmou que o rodízio de estudantes e o sistema híbrido de ensino – com parte das aulas sendo de forma remota – seguirão após a volta do recesso. As férias escolares começam no próximo dia 28 e seguem até 3 de agosto.
Leia Mais
Música gaúcha anima ponto de vacinação em Porto Alegre nesta sexta-feira
Porto Alegre amplia nesta sexta vacinação para público em geral a partir de 31 anos e adolescentes com comorbidades com 12 anos ou mais
RS acumula 221 mil segundas doses de vacina contra a covid-19 em atraso de aplicação ou registro
— A partir de agosto, as aulas retornam, ainda em rodízio de alunos. Aos poucos, gradualmente, esperamos poder ter 100% dos alunos na escola. Só faremos isso quando tivermos segurança sanitária, até para que as famílias se sintam seguras nesse processo de retorno – destacou a secretária.
Para o segundo semestre, também haverá aumento da carga horária, voltando para as quatro horas por turno. Hoje, as escolas, mesmo no formato híbrido, oferecem de duas a três horas por dia.
Atualmente, segundo a secretária, 1.991 escolas estão funcionando em formato híbrido, mas há 342 instituições atendendo alunos somente em sistema de plantão e há outras 40 fechadas. Desde maio, as instituições já estavam autorizadas a retomar o ensino presencial, de forma escalonada e seguindo protocolos sanitários.
Raquel destacou também que o Conselho Nacional de Educação (CNE) publicou resolução sobre o retorno imediato às aulas com recomendações de protocolos sanitários e pedagógicos. A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) ainda está finalizando um novo documento para encaminhar às escolas e aos pais.
A decisão de retorno, segundo a secretária, também está em conformidade com as orientações do Gabinete de Crise e leva em consideração a diminuição do número de casos de covid-19 e óbitos, além da redução da ocupação hospitalar no Estado.
Sobre os casos de covid-19 nas escolas, a secretária afirmou que 38% das instituições registraram casos positivos entre professores, alunos e funcionários. Segundo ela, está dentro do esperado.
— A nossa preocupação tem sido que a contaminação não seja dentro da escola e isso não tem acontecido — argumentou.
A secretária destacou ainda que mais de 207 mil dos 214 mil profissionais da educação já foram vacinados contra o coronavírus.
— Só não se vacinou quem não quis. É um número pequeno, mas há casos de recusa de vacinação, mesmo de professores — disse.
Avaliações de ensino
Em relação às medidas pedagógicas de avaliação do aprendizado, Raquel comentou que o Rio Grande do Sul já está à frente com os diagnósticos do Avaliar É Tri:
— Estamos no processo de devolutiva e de trabalho nas escolas, providenciando material didático específico a partir das questões apontadas, das habilidades mais frágeis avaliadas nesse processo de teste.
Leia Mais
Ministro da Saúde projeta que todos os brasileiros maiores de 18 anos estarão vacinados com a primeira dose até setembro
Primeira vacinada contra a covid-19 no RS faz 100 anos de vida e ganha "festa" no Palácio Piratini
A avaliação diagnóstica do Avaliar É Tri tinha como objetivo principal mobilizar as escolas para o retorno dos alunos. Segundo Raquel, o RS contou com a maior participação entre os sete Estados do Brasil que realizaram avaliação semelhante, totalizando 524 mil estudantes que responderam a prova.
— A média dos Estados foi de 60%, nossa participação foi de 72%. O objetivo não era prestar atenção somente na participação e na resposta de quem fez a prova, era também ter um indicativo de potencial evasão. Estamos intensificando a busca desses 28% que não apareceram — disse.
Raquel afirmou também que, entre 23 e 27 de agosto, outra avaliação medirá a perda de aprendizagem. No total, 45 mil alunos participarão do teste distribuído em cidades de diferentes regiões para compreender a representatividade em questões geográficas, socioeconômicas, racial e de gênero:
— É uma avaliação amostral completamente diferente da diagnóstica, que será obrigatoriamente presencial, com avaliador externo e com rigor da prova diferente. Teremos a mensuração das perdas de aprendizagem dos nossos alunos.