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Há dois anos sem telhas, escola da Capital precisa cancelar aulas em dias de chuva

Em 2019, o vento de um forte temporal arrancou parte da estrutura da escola

10/09/2021 - 10h44min

Atualizada em: 10/09/2021 - 10h45min


Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Sem conserto, o problema tem prejudicado a rotina do local

Devido à forte chuva que caiu na madrugada desta quarta-feira, a Escola Estadual de Ensino Fundamental Jardim Vila Nova, em Porto Alegre, não pôde atender seus alunos. Desde 2019, a escola está com parte de sua estrutura danificada em função de um temporal que ocorreu naquele ano e arrancou telhas, deixando a área exposta. A comunidade escolar reclama que, quase dois anos após o  incidente, o problema ainda não foi resolvido. 

O buraco que ficou, onde deveriam estar as telhas, localiza-se entre o saguão e a escadaria que leva para o andar onde ficam as salas de aula dos anos iniciais. 

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Barbara de Cristo, 50 anos, é professora. Ela conta que, nos dias de chuva, entra-se no prédio com guarda-chuva. O saguão fica alagado. Para subir as escadas, a mesma situação. Barbara fala que, por duas vezes, escapou de acidentes. 

– Como o chão fica úmido, dependendo do sapato que tu estás usando, escorrega. Eu quase cai das escadas, precisei me segurar no corrimão. No saguão, também escorreguei e me segurei na parede. É um absurdo trabalhar em um lugar tão insalubre. Por mais que as crianças não entrem lá em dias de chuva, nós precisamos cumprir o horário de trabalho – desabafa. 

Interrupção

No final de agosto, o líder comunitário Maurício Melo, 46 anos, recebeu um áudio de seu filho Matheus Borges Melo, seis anos. O menino é aluno da escola. A mensagem foi enviada à reportagem e, nela, o estudante relata: “Pai, eu não fui pra escola hoje por causa da chuva, porque tá chovendo dentro da escola. Não tem ninguém para arrumar lá, então a gente teve que voltar pra casa”.

Maurício sente-se aborrecido pelo fato de, mesmo com a escola fechada no ano passado em função da pandemia, o problema não tenha sido resolvido: 

– Estudei a vida toda em colégio público estadual e fico indignado de ver esse desleixo. Foi em 2019 que aconteceu isso (o dano no telhado), e, até agora, nada. 

O processo para a realização do conserto já está em andamento. Porém, segundo Barbara, quando os profissionais contratados foram à escola, no início do  ano, a situação já havia piorado. Na primeira licitação, constava a manutenção do telhado, mas, como a estrutura ficou exposta à chuva por um longo período, percebeu-se que as madeiras do teto também foram danificadas. Com isso, havendo a necessidade de ajustes na contratação do serviço, ele não foi realizado.

Sem prazos para realizar conserto

Segundo a Secretaria Estadual de Educação (Seduc), foi reservado o valor de R$ 14,1 mil para a realização da reforma da cobertura do prédio. Em nota, a pasta afirma que a obra está em fase de elaboração do contrato e que, após essa etapa, o serviço será iniciado. Não foram informados prazos para a realização.

Ao ser questionada sobre a demora para a conclusão do serviço, tendo em vista que o dano no telhado ocorreu em 2019, a secretaria não apresentou uma explicação. Nem para o questionamento sobre o custo inicial do trabalho, antes de ocorrerem os danos na estrutura de madeira do telhado.

Produção: Émerson Santos



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