Solidariedade
Moradores da Ocupação Justo cultivam horta comunitária
Por lá, o que é colhido vai para a mesa das famílias e alimenta crianças de projeto
Alguns plantam por necessidade, outros por amor e prazer, podendo até ajudar o próximo. Há também quem consiga unir tudo isso. Esse é o caso da Horta do Encontro, localizada na Ocupação Justo, no bairro Duque de Caxias, em São Leopoldo. Assessorada pela Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS - Ascar), a plantação começou há um ano e possui cerca de 80 metros quadrados.
Por lá, os alimentos colhidos foram distribuídos entre famílias de baixa renda que vivem na Ocupação e oferecidos em almoços para as crianças que frequentam o projeto de reforço escolar, que ocorre no mesmo espaço. Durante o ano de 2021, foram fartas as colheitas de alface, rabanete, couve, beterraba, moranga e temperos.
De acordo com a Irmã Missionária Cristina Giani, uma das responsáveis pela horta, além da Emater, o projeto conta com o apoio do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) e de voluntários que apreciam o trabalho.
- A Emater nos ajudou a fazer os canteiros e a pensar quais sementes usarmos e como plantá-las, nos auxilia sempre que precisamos. É de grande importância para nós - conta Cristina.
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Cultivando afeto
Segundo Adriana Conzatti, extensionista da Emater, antigamente não havia condição de cultivo no local, pois o solo era de arenito. Para soltar essa pedra e criar os canteiros, houve uma mobilização da comunidade, que arrecadou terra, madeiras e composteiras. Desde então, o grupo se reúne semanalmente para cuidar da horta.
A extensionista conta que, no município, há diversas hortas que ela assessora. Cada uma possui seus níveis e formas de organização, bem como de envolvimento da Emater. Ela comenta que é comum os participantes relatarem que se sentem melhor após cada ação com a horta.
- É extremamente gratificante exercer esse trabalho. Embora as hortas sejam diferentes umas das outras, trabalhar nesse espaço dentro de um ambiente urbano é incrível - comenta Adriana.
Ela completa dizendo:
- São criadas relações de afeto também, é um processo de troca. Cada participante tem algo para aprender, mas também para ensinar.
Metas: crescer e diversificar
Neste ano, a intenção do grupo é aumentar os canteiros e diversificar o plantio. Nos últimos mutirões, foram plantados alface, repolho, tempero verde e ervas condimentares. De acordo com Cristina, o grupo pretende, num futuro não tão distante, contar com uma cisterna - reservatório que capta, armazena e conserva a água da chuva - para poder regar a horta:
- A água que utilizamos no dia a dia é um bem para todos e precisamos cuidar.
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Ela comenta também que, aumentando a plantação, é possível criar uma pequena feira, com preços acessíveis aos moradores da Ocupação. Assim, esse dinheiro seria distribuído para as pessoas que trabalham diretamente na Horta do Encontro e na alimentação das crianças que participam do projeto que ocorre por lá.
Para ajudar
- Caso você queira conhecer, ajudar e participar do projeto, pode entrar em contato diretamente com a Irmã Missionária Cristina pelo telefone (51) 9606-1296:
- Qualquer ajuda é bem-vinda, seja ela física, em dinheiro, em doações de sementes, ou até mesmo em orações.
Produção: Leonardo Bender