Seu Problema É Nosso
Aposentado reclama de rampa de acessibilidade construída pela prefeitura
Estrutura, retirada pelo município no início do ano, foi refeita, mas, de acordo com usuário, não é funcional
Depois de o servidor estadual aposentado Luiz Fernando de Moraes, 63 anos, aguardar por cerca de nove meses, a rampa de acessibilidade que ele reivindicava foi reconstruída no final de outubro. Porém, a passagem na esquina da Rua Bispo Willian Thomas com a Avenida Arnaldo Bohrer, bairro Teresópolis, na zona sul da Capital, não saiu como o esperado e sequer serve para o deslocamento dele, que é cadeirante. Isso porque um grande desnível entre a calçada e a rua causa perigo para os usuários.
– Me parece que isso (o vão) é para escoar a água da chuva, mas estamos em uma lomba. A água vai escoar de qualquer forma. Assim a minha cadeira fica presa, corro o risco de tombar. E tem uma escola do outro lado da rua. Se uma criança for atravessar, pode cair – reclama o morador.
Normas técnicas
Outro ponto levantado por Luiz diz respeito às normas para construção da rampa de acessibilidade. A passagem anterior foi feita por ele, com recursos próprios, em 2008, diante da falta de ação do município. O aposentado lembra que fez a construção seguindo as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que estabelece padrões técnicos de produção.
Essa rampa foi retirada no início do ano pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) para uma obra. A reconstrução, agora, segundo o Dmae, seria feita pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb).
– Fizeram, mas eles não conhecem a legislação? Se não conhecessem, poderiam ter falado comigo. Eu passei no dia em que estavam fazendo, viram que eu seria um usuário e não me consultaram para nada. Angulação, altura do declive, qualquer dúvida que tivessem, poderiam ter esclarecido antes de construir aquilo. Lamentável o resultado. Nem eu, acostumado com terrenos acidentados no dia a dia, vou enfrentar – lamenta.
Inconformado com o resultado do serviço feito, Luiz diz que continuará se arriscando para poder se locomover.
– Eu já desisti! Todo mundo usava (a rampa), das crianças com suas mochilas até idosos com carrinho de supermercado. Diante disso, prefiro a exposição de andar entre os carros no meio da rua, o que é perigoso – comenta.
Prefeitura irá avaliar
Em nota, a SMSUrb diz que “fará uma avaliação para verificar se rampa está dentro das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)”. Sinaliza também que, logo após essa avaliação, irá executar o serviço de nivelamento do asfalto junto ao meio-fio. A previsão é de que isso ocorra no início do próximo ano. Por fim, a pasta lembra que “as solicitações de serviços devem ser feitas pelo aplicativo 156+POA ou pelo telefone 156”.
*Produção: Guilherme Jacques