A ousadia dos criminosos parece não ter limites. Não estão levando ninguém (incluindo instituições) livre. Entre a noite de domingo e a manhã de segunda, sentinelas de um dos mais importantes quarteis do Exército no Estado, uma Delegacia de Polícia no Interior e um condomínio e um bairro de classe média alta na Capital estiveram na mira do crime.

Renato Dornelles: O fujão e a panela

No caso do Quartel do Comando Militar do Sul, na Rua dos Andradas, a tentação dos criminosos pelas pistolas 9mm que estavam com os sentinelas confirmam que revólveres já há algum tempo tornaram-se defasados para a criminalidade. Somente armas de uso privativo das Forças Armadas, de fácil reposição de munições e capazes de efetuar vários disparos em curto espaço de tempo, além de serem muito mais letais, estão interessando. Por isso, assaltantes arriscaram-se em atacar os militares.

O crime agradece

Quando nem Ele salva

Na DP de David Canabarro, no Norte do Estado, o arrombamento mostra o quanto a força policial encontra-se enfraquecida, principalmente no Interior, a ponto de delegacias se tornaram alvo dos bandidos. Ou seja: eles foram atacar um local do qual deveriam desejar distância.

Caso das Mãos Amarradas

Por fim, depois alguns anos, voltamos a ter ataques a condomínios de luxo. Se neles, com modernos sistemas de segurança, as quadrilhas estão tendo acesso, imaginem nas residências da periferia.
Quando isso ocorre, sempre surgem ideias mirabolantes, invariavelmente voltadas para o endurecimento do Direito Penal. Eu diria que, sem atacarmos os problemas sociais e sem reformas e investimentos no sistema júridico penal (policias, Ministério Público, Judiciário e sistema penitenciário), só veremos a situação piorar.