Notícias



Seu problema é nosso

Idoso espera sete meses por liberação de pensão por morte da esposa, em Porto Alegre

Aos 91 anos, João da Silva Gomes enviou ao Diário Gaúcho uma carta relatando a demora do INSS em responder sua solicitação

12/07/2018 - 10h10min

Atualizada em: 12/07/2018 - 10h22min


Arquivo Pessoal / Leitor/DG
João entrou com o pedido de pensão em dezembro do ano passado

O aposentado João da Silva Gomes, 91 anos, morador do bairro Medianeira, em Porto Alegre, perdeu a sua esposa, Almira Viegas Gomes, em 16 de dezembro de 2017. Ela era aposentada, tinha 86 anos e faleceu devido a um tumor no estômago. 

Leia mais
Abandono de antigo Posto Materno Infantil causa insegurança para moradores de Capão de Canoa
Alagamentos constantes preocupam moradores de rua na Restinga, em Porto Alegre
Moradora de Porto Alegre precisa de doações para realização de cirurgia abdominal

Após a perda, João entrou com o pedido de pensão por morte na agência do Partenon do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em 19 de dezembro. A previsão de resposta do órgão era para o dia 21 de maio. Entretanto, o idoso precisou esperar sete meses para conseguir a liberação do benefício. 

João enviou ao Diário Gaúcho uma carta relatando a demora do INSS em responder sua solicitação. Os dois filhos do aposentado, o taxista Luiz Carlos, 63 anos, e o autônomo Cláudio Renato, 65 anos, ajudam o pai como podem. 

Sustento 

Mas ainda assim, segundo a família, está difícil para João se manter após o falecimento da esposa: 

— Nós fazemos o possível para auxiliar o nosso pai, mas todos nós ganhamos pouco. O enterro da minha mãe, por exemplo, foi pago com umas economias que eu tinha. Meu pai não ganha nem R$ 1 mil para arcar com o sustento dele. Fica bem difícil, ele vive de forma muito humilde nos fundos do mesmo terreno do meu irmão. Antes, ele e a nossa mãe ajudavam um ao outro — conta Renato. 

Esperança 

João tem procurado o INSS desde que entrou com a solicitação para recebimento de pensão, no fim do ano passado. Mas a resposta dada pelo órgão era sempre a mesma: o pedido estava em análise. Em abril, o aposentado entregou mais documentos solicitados pelo Instituto e esperava receber um retorno até o dia 21 de maio, mas nada foi resolvido. 

João fez várias ligações ao INSS, falou com a Ouvidoria e recebeu novos prazos, que não foram cumpridos. Em julho, completaram-se sete meses de espera. 

Mesmo com 91 anos de idade, além de realizar os telefonemas para entrar em contato com o INSS, João insistiu em ir até a agência sempre que conseguiu, pois mantinha a esperança de ouvir uma resposta diferente das obtidas até então. A última vez que visitou o local foi no dia 9 de julho. Na data, o pedido ainda estava em análise. 

Liberação após contato do Diário 

No dia 9 de julho, o Diário Gaúcho também entrou em contato com o INSS para entender o porquê da demora para responder a solicitação feita por João em dezembro. No dia seguinte, o instituto informou que o benefício do aposentado havia sido concedido. 

Porém, ainda não foi dado um prazo para o início dos pagamentos. Por enquanto, o aposentado segue aguardando. 

A reportagem questionou o instituto sobre o tempo que esse tipo de demanda costuma levar para ser atendida, e se o caso de João teve algum problema, mas não obteve resposta até o fechamento da reportagem.

*Produção: Juliana Agne

Leia outras notícias da seção Seu Problema é Nosso



MAIS SOBRE

Últimas Notícias