Lá em Casa
Cris Silva: "O Teteu e o Fito "
Colunista escreve sobre maternidade e vida em família todas as sextas-feiras no Diário Gaúcho
Quem me acompanha na coluna sabe que eu tenho um filho de um ano e cinco meses, mas talvez não saiba que eu tenho um cachorro.
E essa ausência de mencionar meu pet é mais uma constatação de que realmente não consigo equilibrar as atenções entre os dois. Ou seja, depois que o Matheus nasceu, o Fito (meu yorkshire de cinco anos) ficou em segundo plano, e acho que não tem como ser diferente.
Não significa que não amo mais meu bichinho de estimação, jamais! Só que não existe comparação quando o assunto é a quantidade de tempo que a gente despende com um filho e com um pet.
Eu e meu marido seguimos todas as dicas dos veterinários para transformar o Teteu no corpo menos estranho possível para o meu yorkshire. Quando o Matheus nasceu, meu pai voltou para minha casa com a touca que colocaram na cabecinha dele e deu para o Fito cheirar. Eu estava no hospital, então, não vi a cena. Mas meu pai conta que ele cheirou muito e, em seguida, levou a touca para a caminha dele e se deitou em cima. O Matheus chegou dois dias depois e, como orientada, aproximei-o do Fito para cheirar a roupa, ver que tinha um novo morador.
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Nessa hora, como se quisesse entregar algo de volta, o Fito correu para a caminha e buscou a touquinha. Acho que nasceu ali uma tímida amizade. Os primeiros meses de vida de uma criança são de muitas horas de sono, e o Fito ficava do lado e cochilava também. Mas acho que a amizade teve um momento crítico, quando Teteu começou com os gases. É sério!! O Matheus soltava gases num volume nada convencional para a idade e isso assustava o Fito, que fugia e me olhava como quem diz: “Tu não vais fazer nada”? E não tinha o que fazer, mesmo.
Parceria x ciúmes
Com o passar dos dias, a relação entre os dois foi voltando ao normal até que, hoje, o Fito tem um parceiro que divide frutas, alguma comidinha que não queria mais e o colo da mãe. Eles se dão bem, mas rola ciúmes. Se eu estou com o Matheus no colo, o Fito se afasta e vai para a cama dele. Mas basta eu largar o Teteu para o Fito pedir colo. Equilibrar essa relação não é nada fácil, mas não dá para menosprezar o peludinho que durante muitos dias foi meu único companheiro.
Conversei com a Karina Prestes de Assis, veterinária do Fito, e essa novidade de ter um bebê em casa pode provocar algumas mudanças no comportamento do bichinho, desde atitudes para chamar atenção dos donos até algo mais forte, como depressão. Por isso, é preciso ficar atento aos mínimos detalhes.
Aproveitando que eu escrevi sobre animais de estimação, te convido a assistir neste sábado (8) o Posso Entrar?. O programa foi gravado em um sítio no Lami, zona sul de Porto Alegre, e conta a história de quem ama os animais a ponto de se dedicar integralmente a mais de 240 bichinhos. Fiz até amizade com o Pablo Escobar... hehehe! Quem você acha que é: um pato, um galo, um tamanduá ou um porco?
Não perde! É neste sábado (8), às 14h, na RBS TV.