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Comida no prato

Guaíba terá restaurante popular

Espaço localizado no centro da cidade deve iniciar suas atividades no dia 3 de janeiro. Serão oferecidas 80 refeições gratuitas por dia

28/12/2021 - 05h00min


Félix Zucco / Agencia RBS
Prédio na Avenida Sete de Setembro foi cedido e reformado pela Câmara de Vereadores para abrigar o estabelecimento

Guaíba está prestes a inaugurar um restaurante popular. O local oferecerá 80 refeições por dia, das 11h30min às 13h30min, de forma gratuita. Em fase de ajustes finais, o espaço deve iniciar as atividades no dia 3 de janeiro, segundo o secretário de Assistência Social, Douglas Martello.

Localizado na Avenida Sete de Setembro, 325, no Centro, o prédio foi cedido e reformado pela Câmara de Vereadores a partir de um termo de cooperação com a prefeitura. O local é anexo à casa legislativa e era utilizado como refeitório pelos servidores.

O impacto da pandemia sobre a renda, com a perda de emprego sendo a realidade de muitas famílias, foi uma das motivações para criação do serviço. A quantidade de pessoas em situação de pobreza e extrema pobreza no município levou a um diagnóstico.

— Nós identificamos que precisávamos construir um programa de segurança alimentar que pudesse, pelo menos, dar a essas pessoas uma refeição de boa qualidade por dia — destaca Martello.

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Cadastro

Quem for ao local receberá a comida em uma marmita. O cardápio, que deve variar ao longo da semana, vai incluir diariamente uma carne e ter a opção de suco ou água, além de uma sobremesa, como explica o secretário. O restaurante atenderá de segunda a sexta-feira.

Para almoçar no local, o primeiro passo é fazer um cadastro junto à Secretaria de Assistência Social de Guaíba, presencialmente (Rua Coronel Serafim Silva, 50, Centro) ou pelo telefone (51) 3480-7030. Quando o restaurante for aberto, também será possível fazer a inscrição no local. Se a pessoa estiver dentro de algum dos requisitos (confira abaixo), é inscrita na lista. Esse processo está sendo realizado desde 18 de novembro e já conta com 115 pessoas cadastradas.

Escala para evitar aglomerações

Félix Zucco / Agencia RBS
Distanciamento entre as mesas e nos assentos, além do uso de álcool em gel e máscara, estão entre as medidas adotadas

Quando quiser usufruir do serviço, a pessoa deve comparecer no restaurante para retirar o ticket do dia — isso pode ser feito das 10h às 12h —, momento em que também será orientada sobre o horário em que poderá almoçar.

O escalonamento em grupos de até 16 pessoas ao longo do período de atendimento foi a forma encontrada para evitar aglomerações, esclarece o secretário. Nas trocas de grupo, o espaço será higienizado. Por conta da pandemia de covid-19, outras medidas também serão adotadas, como o distanciamento entre as mesas e nos assentos e os já conhecidos usos de álcool em gel e de máscara.

Quem pode se inscrever 

Para fazer refeições no local, a pessoa precisa ser moradora de Guaíba e se encaixar em algum dos requisitos abaixo:

/// Ter renda igual ou menor que um quarto do salário mínimo por pessoa, que equivale a R$ 275
/// Estar utilizando o serviço de acolhimento noturno do município, o albergue
/// Ter o Cadastro Único, do governo federal, atualizado
/// Ser pessoa com deficiência motora ou intelectual
/// Ser idoso

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Um apoio quando for ao Centro

Foi por meio das redes sociais que a recicladora Michele Silva de Oliveira, de 33 anos, ficou sabendo sobre o restaurante popular. Ela está inscrita desde novembro. Com o serviço, a moradora espera ter um lugar para almoçar quando for ao centro da cidade. Caso contrário, por questão financeira, teria de esperar a volta para casa para fazer a refeição. 

Outras pessoas da sua família também se cadastraram. Uma delas é sua tia, a faxineira Rosane Santos da Silva, 50 anos:

— Vai ajudar bastante. 

Nutricionista social e pesquisadora de políticas públicas, Ana Mattos ressalta que a importância dos restaurantes populares está em sua presença contínua, se diferenciando de estratégias como a distribuição de cestas básicas, por exemplo:

— Está justamente nessa prestação de um acesso à alimentação, um acesso a uma alimentação segura, e essa contemplação da alimentação enquanto direito humano a partir de algo que é permanente.

Como esclarece a especialista, a estratégia de implementação de restaurantes populares surgiu dentro do programa Fome Zero, do governo federal, em 2003. E foi regulamentada em 2004. 

Produção: Isadora Garcia


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