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Seu problema é nosso

Buraqueira não dá sossego em rua de Alvorada

O caso já foi relatado três vezes pelo Diário Gaúcho

13/08/2019 - 08h00min


Robinson Estrásulas / Agência RBS
Sem pavimentação, a água acumula nos buracos

As dificuldades enfrentadas por quem vive na Rua Valparaíso, no bairro São Pedro, em Alvorada, não dependem da época do ano. No verão, buracos e poeira. No inverno, buracos, pontos de alagamento e muita lama.

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Sem pavimentação, esses incômodos já são parte da vida dos moradores da lomba, como o encarregado de obras Elmiro Fernandes, 48 anos. Morador do local há dez anos, ele garante que o cenário sempre foi assim: caótico.

— Já entramos muitas vezes em contato com a prefeitura. Para cada reclamação, pagávamos R$ 26 (a prefeitura de Alvorada cobrava, até 2017, uma taxa mínima de R$ 26,36 para protocolar as reclamações dos moradores), mas nunca houve retorno nenhum. Estamos aguardando, mas está difícil — afirma Elmiro.

Histórico

Os problemas da rua foram retratados três vezes pelo Diário Gaúcho. Na primeira reportagem, em 3 de janeiro de 2018, ela era comparada a uma pista de rali pelos moradores – por conta da buraqueira e do atoleiro. 

No dia 11 de janeiro do mesmo ano, quando um caminhão atolou em um dos buracos, a Valparaíso figurou novamente no DG, pois a prefeitura não havia cumprido a promessa de patrolar a via. 

Em 2 de fevereiro de 2018, a reportagem finalmente pôde relatar a execução do serviço de patrolamento prometido. Contudo, segundo Elmiro, isto não resolveu os problemas da rua.

— Depois das reportagens, vieram aqui (as equipes da prefeitura), passaram uma patrola, e nunca mais voltaram. Continuamos na mesma situação. A prefeitura sempre inventa uma desculpa, mas o imposto não deixam de cobrar. Para isso, não se poupam de enviar a correspondência do IPTU — protesta o morador.

Complicações

Segundo Elmiro, com as últimas chuvas fortes ocorridas em meados julho, a situação piorou. Parte da rua, por onde passa um valão, desabou para o córrego, reduzindo a passagem a um trecho estreito de terra e agravando o problema. 

Robinson Estrásulas / Agência RBS
Elmiro mostra o trecho da rua que desabou

O morador, temendo que novos desmoronamentos ocorram ali, afirma que a prefeitura foi contatada:

— Vieram, colocaram uma fita amarela para isolar o trecho, e só. Mas isso não adianta nada, além de que já faz mais de três semanas. A fita até já foi levada pelo vento. 

Para Elmiro, a solução passa pela pavimentação asfáltica de toda a via e pela construção de uma ponte no trecho sobre o valão. Porém, ele relata que essas propostas já são velhas conhecidas da vizinhança: 

— Em épocas de eleição, dizem que vai sair ponte e asfalto. Mas, até agora, só ficou na promessa.

Vítima da buraqueira

A auxiliar de cozinha Claire Machado, 48 anos, esposa de Elmiro, convive diariamente com as consequências da buraqueira na Rua Valparaíso. Em meados de 2017, a moradora caiu em um dos buracos da via e fraturou o tornozelo em três partes. Por conta disso, ela precisou ser operada e colocar uma placa com nove parafusos na articulação. 

— Estava descendo a rua, quando tropecei e cai dentro de um dos tantos buracos. O acidente só aconteceu por conta das péssimas condições da rua. Porém, na época, eles (a prefeitura) não fizeram nada. Só vieram quando saiu no jornal —relembra, afirmando que entrou com um processo contra a prefeitura. 

Com dores, oriundas da sequela em seu tornozelo, ela relata dificuldades para transitar pela via:

— No inverno, não consigo nem sair de casa, porque há muita lama. Nós moramos no meio da lomba, então, para subir, com a lama, força muito minha perna. Só consigo descer. 

Reparos serão programados, diz prefeitura

De acordo com o secretário municipal de Obras e Viação (SMOV) de Alvorada, Liberto Mentz, a Rua Valparaíso será inserida no cronograma de patrolamento e manutenção da pasta, para receber os serviços. Porém, não foi informada a data para execução. O secretário informou, ainda, que não há previsão para que a rua receba pavimentação, como desejam os moradores.

Questionada quanto ao desabamento do trecho sobre o valão, a prefeitura não explicou se realizou alguma intervenção no local (segundo os moradores, a ação se resumiu à colocação de uma fita de isolamento). Contudo, a secretaria informou que realizou a compra de galerias de concreto, em formato de ponte, para a substituição da tubulação no córrego. De acordo com a pasta, o trabalho será iniciado em até 30 dias.  

Produção: Camila Bengo

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