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Tramandaí: comunidade pede guarita em Balneário Tiarajú

Moradores também reclamam do grande movimento de veículos automotores que transitam pela faixa de areia

06/12/2021 - 12h18min


Reprodução / Arquivo Pessoal
Moradores sentem falta de guarda-vidas no local

Moradores e veranistas de Balneário Tiarajú, que pertence a Tramandaí, pedem desde 2017 a instalação de uma guarita e o trabalho de um guarda-vidas no local, durante a alta temporada. Segundo eles, sempre que há alguma emergência envolvendo afogamentos, é preciso acionar o Corpo de Bombeiros ou guarda-vidas de outras regiões de Tramandaí, tornando o socorro mais demorado. 

Atualmente, de acordo com a prefeitura, o que há são rondas periódicas feitas por profissionais do Corpo de Bombeiros. Outra reclamação de quem utiliza o espaço é o grande movimento de veículos automotores que transitam pela faixa de areia.

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Demandas

A assistente administrativa Camila Paviani, 42 anos, tem residência em Balneário Tiarajú há quatro anos. Ela costuma ficar de dezembro a fevereiro na região e, nos outros meses, visita o local cerca de uma vez a cada 30 dias. Segundo ela, os vizinhos já realizaram diversas solicitações, todas protocoladas na prefeitura de Tramandaí. No entanto, apesar de conversarem com as autoridades, eles alegam não ter visto nenhuma ação. Atualmente, há guarita até o balneário Jardim do Éden. Então, Portal do Éden e Balneário Tiarajú ficam sem assistência de guarda-vidas durante o verão.

– O número de veranistas aumentou bastante, e o perigo também – conta Camila.

A assistente administrativa afirma  que, para inibir a movimentação de carros pela faixa de areia, a prefeitura já realizou ações como a colocação de obstáculos e de placas. No entanto, após um período, os obstáculos são retirados, e o movimento retorna. Há alguns anos, o local era utilizado exclusivamente para pesca e, de acordo com moradores, muitas pessoas de fora ainda veem o balneário como um local não urbano, o que justificaria o fluxo intenso de veículos.

Idas a praia ficaram restritas por medo de acidentes

A aposentada Vera Terezinha e Silva, 67 anos, mora em Balneário Tiarajú há sete anos. Ela faz parte do grupo que organizou a documentação e encaminhou pedidos à prefeitura pela atuação de um guarda-vidas na região, mas lamenta:

– A cada ano, quando chega a época da alta temporada, eles (prefeitura) falam para pedirmos tudo (documentação) de novo.

Vera é mãe de Milena Araújo e Silva, 35 anos, que tem síndrome de Down e dificuldades de locomoção. A aposentada explica que optou por não levar mais a filha à praia por medo de que algum acidente aconteça:

– A gente vê veranistas desesperados correndo atrás dos filhos pequenos, pelo perigo dos carros. Moramos em um paraíso, mas ficamos sem ter a quem recorrer – lamenta. 

Alguns dos pedidos de instalação de guarita geraram os protocolos 0389/2018 e 754602/2018. Além disso, os moradores criaram um abaixo-assinado, com 270 assinaturas, protocolado em 24 de junho de 2018.

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Prefeitura aguarda efetivo do Estado

De acordo com o secretário da zona sul de Tramandaí, Marcos Aurélio Krummenauer, a gestão municipal tem consciência da solicitação dos moradores, que já é antiga. No entanto, o gestor afirma que, enquanto não for disponibilizado, pelo governo do Estado, efetivo para atuar na área, não será possível realizar a construção de uma guarita na localidade:

– Se construirmos, poderá criar a falsa impressão de que é uma área monitorada por um guarda-vidas e, por enquanto, não é o que ocorre. Estamos aguardando que o governo do Estado nos auxilie neste sentido.

Ele ainda afirmou que, para este verão, 13 guaritas foram restauradas e três construídas na zona sul de Tramandaí – onde fica Balneário Tiarajú. 

Fiscalização é diária, alega BM

De acordo com o Comandante da 3ª Companhia da Polícia Militar (3ª Cia PM) que faz parte do 2° Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas (2° BPAT), capitão João César Verde Selva, a Brigada Militar realiza rondas diárias para monitorar o fluxo de veículos nos balneários. Ainda segundo o comandante, o movimento é mais intenso em áreas afastadas do centro de Tramandaí:

– Através de sinalização adequada, a BM pode verificar os acessos regulares e irregulares e, assim, monitorar e orientar cada um desses casos.  A partir disso, ocorre a fiscalização preventiva ou repressiva.

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Efetivo está em locais de maior movimento

Sobre a distribuição do efetivo no Balneário Tiarajú, o comandante do 9º Batalhão de Bombeiro Militar, tenente-coronel Rodrigo Canci Pierosan, responsável pela área de Tramandaí, explica que, apesar da demanda de vários balneários, praias e lagoas, o efetivo é distribuído a partir de um estudo estatístico. No caso do Balneário Tiarajú, os números são baixos, o que faz com que o efetivo vá para localidades de maior movimento:

– Recebemos muitas solicitações. Mas, não temos como atender a todos. As pessoas precisam procurar se banhar em locais seguros que tenham o trabalho de um guarda-vidas. 

Segundo o CBMRS, 515 guarda-vidas militares e 435 civis estarão aptos para atuar na Operação RS Verão Total 2021/2022.

Produção: Kênia Fialho 


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